Geração solar reduz preço em leilão e tem seu dia D no Brasil

Da Redação – 19.12.2017 –

Pela primeira vez, projetos solar fotovoltaicos foram comercializados a preços menores do que os de hidrelétricas e termelétricas a biomassa

O dia D da energia solar fotovoltaica no Brasil aconteceu ontem com o Leilão de Energia de Reserva (LEN) A-4 realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o resultado “aponta para um novo patamar de competitividade da fonte solar fotovoltaica” no país. A negociação envolveu um deságio de 55,7% em relação ao preço inicial de R$ 329,00/MWh, atingindo um preço médio de venda de energia elétrica de R$ 145,68/MWh (equivalente a US$ 43,88/MWh).

Na avaliação de Rodrigo Sauaia, presidente da entidade, o processo é fruto da redução de preços dos equipamentos, recuperação da moeda brasileira frente ao dólar e acirrada competição entre os empreendedores. “Esta foi a primeira vez em um leilão de energia elétrica em que projetos da fonte solar fotovoltaica venderam energia a preços menores do que os de projetos de CGHs, PCHs e termelétricas a biomassa”, comenta Sauaia.

Com o LEN A-4, o Brasil oficializa a contratação de 20 novas usinas solares fotovoltaicas, totalizando 574 megawatts (MW) de potência a ser injetada na matriz, para as quais serão realizados investimentos privados de mais de R$ 2,5 bilhões até 2021, segundo a Absolar. Os projetos estão localizados nas regiões Nordeste e Sudeste, nos estados do Piauí (240 MW), Pernambuco (147 MW), Bahia (112 MW) e São Paulo (75 MW).

O presidente da Absolar lembra que o sucesso de um leilão de energia não é definido apenas pelo preço médio ou pela quantidade de projetos contratados, mas que estes projetos sejam de fato construídos, entrem em operação e forneçam energia elétrica à matriz. “Desse modo, teremos a medida clara do sucesso deste leilão a partir do início de 2021, quando os projetos contratados estiverem em operação comercial”, aponta Sauaia.