Greve dos caminhoneiros reduziu 15% do fluxo em rodovias pedagiadas

Da Redação – 11.06.2018 –

Circulação de veículos leves caiu 11,4% e de veículos pesados 27,7% no mês de maio.

O índice mensal da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) mediu que o fluxo em rodovias concedidas à iniciativa privada no Brasil caiu 15% em maio em decorrência da greve dos caminhoneiros. A contração registrada teria sido a maior em toda a série histórica, iniciada em janeiro de 1999.

 

“A paralisação dos caminhoneiros, centradas entre os dias 21 e 30 de maio, foi o fator determinante para a queda acentuada do fluxo de veículos pedagiados em maio”, confirma Thiago Xavier, analista da Tendências Consultoria, que é parceira da ABCR no levantamento.

O índice de fluxo pedagiado de veículos leves teve redução de 11,4%, enquanto o de pesados contraiu 27,7%, ambos em relação a abril. “Ao examinarmos o desempenho do fluxo de pedágios segundo veículos leves e pesados, nota-se que o impacto foi diferenciado entre os indicadores”, comenta Xavier. “Enquanto o índice de pesados foi afetado mais diretamente e em maior magnitude devido à paralisação generalizada dos caminhoneiros nas principais rodovias do país, o índice de leves foi afetado indiretamente e com menor impacto, visto que a escassez de combustíveis e a obstrução de algumas vias limitaram parcialmente as possibilidades de circulação dos veículos de passeio, sobretudo, nos dias centrais da greve”, analisa Xavier.

Na visão da Tendências Consultoria, tal evento reduziu sensivelmente os ganhos dos indicadores de fluxo adquiridos nos últimos meses, o que tornou negativa as variações anuais acumuladas até aqui (janeiro a maio de 2018 em relação a janeiro a maio de 2017).

No acumulado do ano, o fluxo pedagiado total acumula variação de -1,0%. Na mesma métrica até abril a alta era de 2,0%. Também o fluxo pedagiado de veículos leves acumula contração de 0,9% enquanto o fluxo de pesados acumula redução mais intensa de 1,4% (até abril eles acumulavam expansão de 1,2% e 4,8%).

“Os últimos resultados contrariam a trajetória de recuperação do índice observada desde fins de 2016, quando emitiram sinais predominantes de crescimento gradual”, diz Xavier. “Porém, o impacto negativo trazido ao mês deve ser parcialmente recuperado ao longo dos próximos meses, mesmo que alguma parte das perdas não seja revertida”, finaliza.

 

Índice ABCR Brasil
Período LEVES PESADOS TOTAL
Maio/18 sobre Maio/17 -9.8% -23.8% -13.4%
Maio/18 sobre Abril/18 c/ ajuste sazonal -11.4% -27.7% -15.0%
Últimos doze meses 1.8% 1.6% 1.7%
Acumulado no ano (Jan-Mai/18 sobre Jan-Mai/17) -0.9% -1.4% -1.0%

Fonte: ABCR e Tendências