Impacto de leilões de infraestrutura no mercado de cimento deve vir somente a partir de 2022

Redação – 11.05.2021 –

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A indústria de cimento continua reagindo positivamente, mas ainda há um margem para melhorias. Os números de abril do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) mostram um crescimento de 26,5% nas vendas do produto em relação ao mesmo mês de 2020. Foram 5,3 milhões de toneladas comercializadas. Com isso, o crescimento de janeiro a abril chegou a 20,8% comparado ao mesmo período do ano passado. Apesar da recuperação, o setor de infraestrutura só deverá puxar a indústria cimenteira de forma mais significativa a partir de 2022.

O documento mais recente da entidade mostra que há um “bom estoque de novas concessões e de ativos a serem disputados com destaque para rodovia Presidente Dutra, Aeroportos de Congonhas e Santos do Dumont e a ferrovia Ferrogrão”. Conta favoravelmente também os recentes leilões de abril, que geraram R$ 48 bilhões de investimentos em terminais portuários, metrô, rodovias, ferrovias, aeroportos e projetos de saneamento.

“A expectativa é de que em razão do sucesso dos eventos em Alagoas e Rio de Janeiro viabilizados pela aprovação do novo marco legal do saneamento, outros municípios passem a se incorporar ao novo modelo de desenvolvimento do setor. Atualmente, o BNDES tem 5 novas concessões na fila para serem realizados, totalizando R$17 bilhões de investimento no Amapá, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Alagoas e Ceará”, continua o documento do SNIC.

Apesar desses fatores positivos, o consumo de cimento através da infraestrutura é de médio e longo prazo na avaliação da entidade. Ou seja, para ela, o impacto dessas concessões no consumo de cimento será sentido a partir de 2022.

Mesmo com um ritmo favorável de janeiro a abril, a indústria do cimento ainda tem enormes desafios para 2021. O cenário, até então, permitia uma projeção de crescimento entre 1% e 2% no consumo. Os significativos reajustes de preços de coque (energia térmica da indústria), de energia elétrica, de refratários, de embalagens e de peças de reposição, todos eles também impactados pela alta do câmbio, vem afetando os resultados da indústria. Por tudo isso, a estimativa de performance do setor será revista a partir do segundo semestre.