Infraestrutura pode definir recuperação do setor de transportes  

Da Redação – 22.05.2018 –

Avaliação é de Clésio Andrade, presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT)

“O Brasil precisa de mais e melhores rodovias, portos, aeroportos e hidrovias para escoar a produção, aumentar a produtividade das empresas e gerar empregos”, resumiu o presidente da CNT na divulgação dos números mais recentes do setor de transportes. De acordo com os índices da entidade, o setor já saiu da recessão, mas a recuperação será lenta e longa.

O Plano CNT de Transporte e Logística estima que é necessário cerca de R$ 1 trilhão para a solução dos problemas da infraestrutura no Brasil. Considerando o montante estimado para o investimento público federal em 2017, seriam necessários cerca de 100 anos para a realização de todas as intervenções identificadas pela CNT.

De acordo com Andrade, o estado não tem condições de realizar sozinho os investimentos em infraestrutura que podem pautar a retomada do país. A entidade estima (Plano CNT de Transporte e Logística) que é necessário um aporte de R$ 1 trilhão para a solução dos problemas da infraestrutura no país.

“Considerando o montante estimado para o investimento público federal em 2017, seriam necessários cerca de 100 anos para a realização de todas as intervenções identificadas pela CNT”, diz o documento oficial da associação divulgado ontem.

Veja os principais dados do estudo:

Desemprego: em relação ao estoque de empregos, o setor transportador vem apresentando desempenho semelhante ao conjunto da economia nacional. Desde 2014, o número de vagas formais vem caindo, sendo que, no ano passado, o ritmo de fechamento de postos de trabalho foi menos intenso do que nos três anos anteriores. O setor de transporte, armazenagem e correios encerrou 2017 com 2,33 milhões de vagas de emprego, 67,5% deles no transporte rodoviário.

Ociosidade: os dados indicam que ainda há um elevado nível de ociosidade nas empresas transportadoras, situação que se reverterá apenas quando a atividade econômica atingir ritmo mais intenso com incremento relevante no volume de serviços de transporte.

Inflação: em 2017, enquanto a inflação brasileira ficou em 2,95%, o grupo do transporte atingiu 4,10% no IPCA calculado pelo IBGE. Esse resultado foi puxado pelo preço dos combustíveis, que registrou alta de 8,9% após a mudança nas alíquotas de PIS e Cofins. A gasolina subiu 10,32% e o diesel 8,35%. Esse aumento de custos teve impacto nos preços dos serviços de transporte. As passagens de ônibus intermunicipais subiram 6,84%, e as tarifas de ônibus urbanos subiram 4,04%.