Lava Jato e crise encolhem construtoras em R$ 55 bilhões

Da Redação – 17.07.2018 –

Reportagem do Estadão Conteúdo mostra que faturamento dos seis maiores grupos do setor caiu para um quarto desde 2015

A deterioração das seis maiores construtoras brasileiras mistura a atuação da operação Lava Jato – de quem são o maior alvo – e crise econômica. Não se sabe exatamente onde começa uma ou outra, mas a conta do processo é clara: o faturamento do sexteto caiu de R$ 77 bilhões, em 2015, para os atuais R$ 22 bilhões. O vendaval envolve Odebrecht, Camargo Correa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Mendes Júnior e Constran.

De acordo com a matéria de Renée Pereira, publica ontem no portal UOL, o processo resultou ainda na demissão de 200 mil profissionais em três anos somente nos seis grupos. O número de demitidos na construção civil chegaria a 500 mil no setor como um todo, na avaliação da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Odebrecht demitiu 100 mil pessoas nos últimos três anos 

Sem obras novas, o grupo das maiores construtoras enfrenta um cenário negativo. Para a reportagem, elas deixaram a busca de novos empreendimentos para concentrar-se na negociação jurídico-financeira. O imbróglio é pesado, como no caso da Andrade Gutierrez, que já pagou US$ 500 milhões a credores internacionais e ainda não teria chegado a um acordo. A Queiroz Galvão negocia um endividamento de R$ 10 bilhões com bancos.

A Odebrecht, maior ator desse processo, viu seu faturamento despencar de R$ 60 bilhões para R$ 11 bilhões e demitiu 100 mil pessoas nos últimos três anos. Hoje, de acordo com o Estadão Conteúdo, o foco de negócios está voltado para o exterior (70% das obras potenciais) até 2020.