Niterói e Limeira têm índices de perda de água similares aos dos EUA

Da redação – 19.08.2016 –

Comparativo é do Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Sindcon), com base em dados de 2014. Melhor gestão das concessões privadas seria o destaque.

Além de serem cidades da Região Sudeste, a fluminense Niterói, vizinha do Rio de Janeiro, e a paulista Limeira, no entorno de Campinas, têm em comum o fato de possuírem concessões privadas para os serviços de saneamento público. De acordo com o Sindcon, ambas trabalham com níveis médios de perda de água tratada de 13%, índices encontrados nos Estados Unidos. No Brasil, a média é de 37%, o que significa que há valores bem acima desse patamar.

Os dados são baseados no comparativo entre as informações das empresas privadas com o sistema público de saneamento no Brasil, cujas informações mais recentes são do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2014. O comparativo mostra ainda que a iniciativa privada teria sido responsável por 10% das novas ligações de água no país e por 12% das novas ligações de esgoto.

A média das empresas privadas também estaria acima do índice nacional nem termos de expansão da rede: crescimento de 4,7% nas ligações de água contra o 2,4% do Brasil como um todo. No caso de esgoto, o incremento é maior ainda: 9,7% para as empresas vinculadas ao Sindcon, contra os 5,3% da média brasileira.

“Os investimentos previstos em contrato precisam ser aplicados rigorosamente de acordo com os cronogramas estabelecidos, muitas vezes sob pena de multa ou suspensão da concessão, caso a empresa não consiga cumprir o que foi planejado”, lembra Alexandre Ferreira Lopes, presidente do Sindcon.

De acordo com ele, as empresas privadas investem em uma gestão eficiente para melhorar o serviço e ampliar, por exemplo, a disponibilidade de água, o que muitas vezes acontece sem que seja necessário recorrer a novos mananciais de água. “Em alguns casos, o próprio tratamento do esgoto que não era nem mesmo coletado já permite que não seja preciso encontrar novas fontes de abastecimento”, explica.

Lopes lembra ainda que, apesar de atender direta ou indiretamente apenas 15% da população e tendo apenas 6,5% do faturamento, a iniciativa privada já é responsável por 20% dos investimentos/ano no saneamento. Em 2014, as concessionárias privadas investiram R$ 2,5 bilhões, enquanto o investimento total do setor foi de R$ 12,2 bilhões, de acordo com o SNIS.

O investimento total contratado por operações privadas no saneamento é de R$ 33,18 bilhões, dos quais R$ 12,57 bilhões estão previstos para serem aplicados entre 2015 e 2019.