Novas tecnologias de telecom estão na mira das operadoras da América Latina

Redação – 11.06.2019 –

Desnível na região ainda é grande, com 8 em cada dez usando smartphone para acessar internet, mas ainda 2 em dez usando redes 2G

A América Latina é uma região de contradições em vários aspectos e isso inclui também o acesso às redes de telecomunicações. Há uma lacuna digital segundo Hugo Simg, diretor de Desenvolvimento de Negócios da MediaTek, mas segundo ele novas tecnologias podem reduzir o gap entre os mais beneficiados e os o sem acesso. De acordo com o especialista, entre 15% e 20% tem um dispositivo móvel 2G, ou seja, uma parcela ainda não tem acesso a uma verdadeira experiência de navegação na Internet.

Ele aponta a transição para o 5G como uma possibilidade de melhoria. Como? “O LTE e o VoLTE (voice over LTE) podem desempenhar um papel importante, já que foi comprovado que o custo por megabyte de transmissão de dados é mais de oito vezes mais barato que o 3G, por exemplo”. Simg lembra que o VoLTE, além de oferecer melhor eficiência de espectro e melhor ocupação da rede, conecta as chamadas de forma mais rápida, mesmo sob diferentes cenários.

“Quanto menor a frequência, melhor a propagação do sinal e, consequentemente, maior o alcance. No entanto, em áreas urbanas com maior densidade de assinantes, o VoLTE a 2600 MHz alcança uma cobertura maior que 1800 MHz”, detalha. “O segredo, então, é realocar o espectro antes de chegar ao 5G e mover os serviços da geração anterior para bandas mais baixas e, assim, ter uma cobertura melhor. Isso também permite oferecer preços mais baixos para a Internet móvel e, desta forma, ajudar a reduzir a brecha digital”, argumenta Simg.

Outra tecnologia que pode ajudar na redução do desnível digital é o KaiOS, um sistema operacional leve, baseado no Linux que permite uma solução amigável, com base na tecnologia Web, otimizada para usar menor quantidade de memória, com interface de teclado e telas da ordem de 2.4.

Segundo o diretor da MediaTek, estes equipamentos, apesar de serem simples e baratos, proporcionam uma experiência rica ao usuário, melhor que os atuais telefones 2G, e permitem o uso de aplicativos e busca de conteúdo, além de serviços IMS, como voice over LTE e voice over WiFi, bem como suporte para “push to talk”. Na Índia já são mais de 70 milhões operando pela Reliance Jio. Os smartphones são de custo muito baixo e a oferta comercial de dados está disponível para a população mais vulnerável.