Novos prédios vão gerar sua própria energia?

Da Redação – 27.08.2018 –

Autossuficiência energética de edificações pode ser uma realidade em 2050

O Brasil poderá ter um cenário de autossuficiência em prédios e residências nas próximas três décadas, segundo a GBC Brasil, entidade voltada à certificação de edificações sustentáveis. Na avaliação da entidade, as novas construções poderão alcançar esse status até 2030. Ou seja, até lá os empreendimentos que saem do zero já seriam projetados com recursos energéticos próprios. Uma vez vencida essa etapa, até mesmo as construções mais antigas poderão ser energeticamente autossustentáveis. Como?

A resposta estaria no estímulo de fontes sustentáveis, com destaque para a microgeração de energia solar. Hoje, o país tem 294 megawatts (MW) de potência instalada em sistemas de microgeração e minigeração distribuída a partir do sol. São sistemas instalados em comércio e serviços (44%), residências (38%), indústrias (8,1%), consumidores rurais (5,6%), poder e serviços públicos (4%) e outros tipos, como iluminação pública (0,03%).

Minas Gerais é o estado que mais adota geração fotovoltaica interligado à rede 

De acordo com a Aneel, agência da área de energia, temos mais de 31.136 sistemas fotovoltaicos distribuídos conectados à rede, somando mais de R$ 1,6 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, distribuídos ao redor de todas as regiões brasileiras. Atualmente, Minas Gerais lidera o ranking nacional, com 67,5 MW, representando 23% da potência instalada, seguido pelo Rio Grande do Sul com 42,6 MW (14,5%), São Paulo com 37,4 MW (12,7%), Santa Catarina com 18,3 MW (6,2%) e Ceará com 17,7 MW (6,03%).

Durante a COP Paris (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), foram apresentados estudos que mostraram ao acelerar a geração de energia por fontes renováveis, a geração distribuída e fomentar avanços no que tange a eficiência energética, é possível garantir a autossuficiência energética das novas edificações até 2030 e, em um segundo momento, de todas as edificações até 2050, torna-se possível garantir reduções das 84 GTon de emissões, o suficiente para manter o aquecimento em até 1,5ºC.