“O Brasil tem muito trilho e pouco trem”

Redação – 28.05.2019 –

FerroFrente quer chamar a atenção para necessidade de incentivo do modal ferroviário

Muito trilho e poucos trens, afirma Gonçalves, da FerroFrente sobre modal ferroviário no país

A possibilidade de mais uma greve de caminhoneiros coloca em cheque as ferrovias brasileiras, segundo a FerroFrente, iniciativa que envolve vários atores do setor ferroviário. “O governo anuncia que está retomando os investimentos nas ferrovias, mas o que está acontecendo na verdade é que tudo está se encaminhando para termos por mais 40 anos ferrovias subutilizadas e sem qualquer propósito de integração do país”, resume o presidente da Ferrofrente, José Manoel Ferreira Gonçalves.

A entidade tem tomado várias ações para chamar a atenção do governo e da sociedade sobre a importância de se incentivar o transporte de carga e passageiros por linhas férreas. A possibilidade de uma nova greve de caminhoneiros é mais um argumento para reforçar as proposições da frente. De acordo com ela, a área de ferrovias não está preparada para ser uma opção ao modal rodoviário. “As poucas linhas que operam representam uma fatia pequena da malha ferroviária existente, e não estão disponíveis para a esmagadora maioria do transporte de carga e passageiros. Há muito trilho e pouco trem”, cita o documento oficial da entidade.

Para agravar a situação, o governo adotou uma política de renovação do atual modelo de concessões, o que pode manter essa realidade de pouco uso das ferrovias por mais uma geração. Em nível federal, a entidade entrou com pedido de anulação do leilão da ferrovia Norte-Sul, por entender que ele privilegiou duas empresas. Além disso, levou ao ministro Tarcísio de Freitas, da infraestrutura, uma série de reivindicações, inclusive a realização de audiências públicas para discutir as próximas concessões. O pedido de anulação do leilão da Norte-Sul está em análise no STF (Supremo Tribunal Federal).

Em São Paulo, a Ferrofrente contesta a renovação do contrato da malha paulista, pois entende que isso acaba com a possibilidade de transporte de passageiros no estado. O mandado de segurança está em análise no Tribunal de Contas da União.