O espírito “millennial” chega aos apartamentos brasileiros

Por Silvio Kozuchowicz * – 27.11.2017 –

Impulsionado por conceitos cada vez mais presentes no mundo atual, como inovação, economia colaborativa, compartilhamento e sustentabilidade, o mercado imobiliário brasileiro (tradicionalmente resistente a inovações), começa a incorporar o estilo de vida da chamada geração “millennial” (grupo de pessoas nascidas entre a década de 1980 e meados de 1990) aos seus edifícios.

Para quem ainda não está familiarizado com o termo, trata-se de uma geração com um grande poder de compra e que questiona, rompe barreiras, quer inovação – inclusive em sua residência. E é cada vez maior o número de moradores (mesmo fora dessa faixa etária) que quer desfrutar das tecnologias e avanços que essas novas gerações incorporam ao jeito de morar, trabalhar e interagir com sua cidade.

Com isso, recursos como infraestrutura para internet de alta velocidade e internet das coisas, fechadura que dispensa chave, tomadas USB e até sistema para carregamento de carros elétricos começam a fazer parte dos itens oferecidos por novos edifícios residenciais no Brasil.

Em São Paulo, por exemplo, prédios como o Nomad e o Moou (em fase de construção) contarão com recursos como um aplicativo para smartphone, o Compass, como a interface entre moradores, condomínio e uma grande gama de serviços na região.

Com ele será possível, por exemplo, liberar o acesso de visitantes, reservar uma mesa no espaço de coworking do prédio, liberar uma das bicicletas comunitárias do imóvel, chamar prestadores como personal trainer ou uma faxineira e conversar com seus vizinhos em uma rede social interna, entre outras funções.

E o que o morador ganha com esses avanços? Em primeiro lugar, comodidade. Como o celular já faz parte da nossa vida (segundo dados da FGV, há mais de 200 milhões de smartphones em uso no Brasil), nada mais justo do que integrar todos os serviços condominiais a um aplicativo.

Precisa ter sua roupa lavada? Com o sistema de lavanderia online é só deixar as peças em um armário do prédio e depois ser avisado pelo aplicativo que o serviço foi concluído. E com a integração de dispositivos da chamada Internet das Coisas, até mesmo ligar a banheira enquanto você está chegando em casa, ativar o sistema de ar condicionado ou apagar as luzes será possível fazer a distância.

Em segundo lugar, segurança, pois o morador conta com uma grande gama de serviços selecionados na tela, sem precisar sair de casa. Por exemplo: precisa de uma babá e não tem indicação? O app mostrará um serviço selecionado e em pouco tempo a profissional estará na sua casa.

E em terceiro lugar, podemos citar questões ligadas à sustentabilidade. Carros ecologicamente corretos, movidos a eletricidade começam a ganhar espaço nas ruas. Com isso, sistemas para o carregamento das baterias desses veículos nas garagens dos edifícios também passam as integrar os recursos oferecidos nesses imóveis. Além disso, estão sendo incorporados sistemas inteligentes para economia de água e luz. Bom para nosso bolso e bom para a planeta.

Finalmente, está a questão da vida em comunidade. Ao contrário do que muitos pensam, a tecnologia também pode aproximar as pessoas. Junto com essas inovações tecnológicas as novas gerações privilegiam também conceitos como economia colaborativa e compartilhamento, que já estão sendo incorporados por alguns prédios.

Além da oferta de espaços para coworking, construtoras como a SKR trabalham para promover o que chamamos de ativação das áreas comuns. O que isso significa? Promover uma maior interação entre os moradores e o espaço do condomínio, para que vejam o edifício também como uma comunidade.

Isso será feito com o uso do aplicativo Compass, que compartilha constantemente informações sobre o condomínio e conecta vizinhos, mas principalmente já na fase de projeto, oferendo espaços realmente acessíveis. Nada de salões de festas isolados e trancados a sete chaves. A inovação do jeito de morar vai muito além da tecnologia.

 

*Silvio Kozuchowicz é presidente da SKR, construtora com 32 anos de mercado