O que separa os líderes das lesmas em Internet das Coisas?

Redação – 25.02.2019 –

Pesquisa da consultoria McKinsey mostra o perfil de quem está ativando, com sucesso, iniciativas de IoT e quem ainda está engatinhando

O artigo What separates leaders from laggards in the Internet of Things, publicado em janeiro último por quatro especialistas da consultoria McKinsey, foi baseado numa pesquisa com 300 executivos de onze setores e em quatro países – China, Alemanha, Estados Unidos e Canadá – e mostra a diferença entre os líderes e os atrasados (laggards) na aplicação de IoT. Pra facilitar, estamos chamando os retardatários de lesmas nesse resumo da pesquisa. Na avaliação da consultoria, nove pontos principais indicam as diferenças entre os dois grupos. Vamos a elas:

Quem ativa mais casos, sai na frente: Na avaliação da McKinsey, quanto mais casos de Internet das Coisas ativados, melhor. A pesquisa indica que as primeiras 15 iniciativas não têm ou têm um payback modesto. Os líderes em IoT tem ativado mais de 30 casos, o que seria um percentual de 80% a mais do que as lesmas em IoT.

É preciso mudar os processos de negócios: Não adianta delegar as iniciativas de IoT somente para a área de TI da empresa e esperar milagres. É preciso mudar processos. Um exemplo são as concessionárias de energia que instalam sensores em suas redes. Os dados precisam ser usados pela área de manutenção como uma rotina para antecipar falhas e isso exige mudança de processo. Os líderes em ativação de IoT sempre têm isso em mente.

Uso de pontos avançados: além de sensores e tags, outros recursos avançados como drones e realidade aumentada podem ampliar o uso de IoT. Dispositivos vestíveis, por exemplo, ajudam na identificação de mineiros em operações subterrâneas e podem indicar o local exato onde eles estão. A realidade aumentada também colabora para clarear dados reais de campo capturados por sensores.

É preciso definir como o IoT cria valor: Os líderes em IoT estão 75% mais organizados para indicar as preparações para a ativação de um caso de sucesso em IoT ou uma visão articulada que mostre a criação de valor da adoção de Internet das Coisas. Falando concretamente: soluções, por exemplo, que resolvam problemas atuais ou uma rota de serviços que inclua o IoT, entre outros.

Contar com patrocinadores fortes: Para 72% das empresas entrevistadas que têm projetos de IoT amadurecidos, os projetos contam com a liderança de um membro de diretoria. Quando não do CEO.

Tem que mobilizar a empresa inteira: Muitos projetos de IoT vão mexer com vários departamentos e é preciso envolve-los. Os líderes têm mostrado maior capacidade de alinhamento do que as lesmas e isso precisa ser levado em conta.

Começar com ofertas já existentes: Para gerar receitas com IoT é preciso criar novos produtos conectados ou adicionar conexão aos já existentes. Os líderes geralmente tem optado pelo segundo. E isso tem sido feito com serviços que otimizam as operações de campo e de manutenção (27% entre os líderes), seguido pela adição de capacidades de IoT a produtos já existentes  (24%). Monitorar os produtos da companhia para direcionar a eficiência dos serviços ou das vendas (17%) está na lista. O desenvolvimento de novos produtos e serviços (16%) aparece em quarto lugar, seguido da otimização interna de operações (16%).

Explorar o ecossistema de IoT é importante: Internet das Coisas, definitivamente não se implementa sozinho. Explorar o ecossistema de parceiros com mais intensidade é uma prática comum entre os líderes. Eles são mais ativos principalmente em dois pontos: na procura de parceiros especializados em recursos avançados na ponta, caso de uso de realidade virtual associado a IoT, e na habilidade em apoiar desenvolvedores de fora da empresa.

Cuidado com os ciberataques: A IoT infelizmente abre também mais portas para a ação dos cibercriminosos e os líderes estão mais atentos ao problema. Eles tem sido mais alvos de ataques até mesmo em função do volume maior de projetos ativados, porém estão mais confiantes para se defender (54% afirmaram isso contra apenas 16% dos retardatários).