Operadoras de telecom virtualizam infraestrutura e tornam a rede menos complicada

Daniele Loffreda – 28.04.2021 – 

As empresas estão cada vez mais virtualizando sua infraestrutura de rede de filiais e de aplicativos de negócios, trazendo oportunidades de receita para os provedores de serviços.

Os provedores de serviços de toda a América Latina estão, agora, em seu segundo ano de atendimento a clientes empresariais e residenciais na pandemia. Para se manterem competitivos no ambiente predominantemente digital de hoje, é necessário que continuem se adaptando rapidamente à crescente realidade de trabalho remoto e no escritório, onde reina o acesso “sempre ativo” aos aplicativos digitais. Com tecnologias emergentes, como Machine Learning, IoT e AR/VR em ascensão – e aceleradas devido ao trabalho remoto durante a pandemia -, as empresas estão cada vez mais virtualizando sua infraestrutura de rede de filiais e de aplicativos de negócios, trazendo oportunidades de receita para os provedores de serviços.

A expectativa é que a virtualização se torne um mercado global de US$ 95 bilhões até 2023, de acordo com um estudo da TBR. Em uma época que reina o “acesso a qualquer hora, em qualquer lugar e de qualquer dispositivo”, garantir que novos aplicativos e recursos possam ser acrescentados às redes corporativas de forma rápida, eficiente e remota é um recurso que somente a virtualização pode oferecer. Para minimizar a complexidade e o risco na implantação, as empresas estão implementando funções virtualizadas de rede (VNFs) para substituir dispositivos de rede individuais – como roteador, firewall, SD-WAN e outros – em cada escritório por um único dispositivo que combina conectividade, diversas funções virtualizadas de rede (VNFs) e até mesmo aplicativos de negócios. Essa abordagem não reduz apenas custos, acrescenta flexibilidade e simplifica as operações de TI; ela também elimina a prática insustentável de enviar equipes de engenheiros e técnicos a cada filial para solucionar problemas e atualizar dispositivos. Resumindo, colocar aplicativos sensíveis à latência mais perto da borda da rede corporativa garante experiências de usuário de maior qualidade.

A mudança para o data center localizado

Os novos aplicativos de negócios sensíveis à latência exigem a presença de recursos de computação mais próximos da borda da rede. Por exemplo, quando os alunos usam aplicativos de realidade virtual em São Paulo, ter uma experiência perfeita sem problemas de latência exige um data center local o mais próximo possível da escola, em vez de um data center situado em uma zona rural do Brasil. Conforme as empresas mudam para data centers locais menores e mais próximos dos usuários, ou para um ambiente de computação multiacesso, os provedores de serviços agrupam serviços de conectividade e VNFs para garantir que as filiais próximas possam acessar aplicativos de negócios e escalar facilmente. O simples fato de mover os data centers para mais perto da borda traz benefícios como baixa latência, mas carece da eficiência que pode ser assegurada pela virtualização de funções de rede e aplicativos de negócios – não esquecendo que isso simplifica significativamente as operações de rede.

Escolha e flexibilidade são fundamentais

A maioria dos líderes corporativos de TI prefere implantar as melhores soluções que atendam às necessidades exclusivas de sua organização. Eles também desejam flexibilidade para trocar facilmente de fornecedor quando necessário. Os provedores de serviços que oferecem aos clientes empresariais opção de fornecedores de dispositivos e VNF possibilitam a escolha e a flexibilidade de optar por aquilo que funciona melhor para as necessidades individuais de suas filiais, evitando a dependência de algum fornecedor, sendo ao mesmo tempo econômico, e adotando posteriormente novas tecnologias de maneira fácil e econômica.

A orquestração garante o desempenho

Os clientes corporativos esperam e exigem uma experiência diferente e melhor ao adotarem a virtualização. A implementação bem-sucedida de uma estratégia de virtualização depende de mais do que simplesmente escolher as melhores plataformas de software e hardware. Também exige ter os recursos de orquestração certos para instanciar, encadear e gerenciar o ciclo de vida das VNFs. Esta etapa é crucial para maximizar o desempenho de cada VNF individual, garantindo uma interoperabilidade eficiente. Uma equipe experiente de integração de sistemas ou um parceiro externo podem ajudar a reduzir a complexidade e o custo das implantações de VNF.

A virtualização é uma etapa fundamental na jornada de transformação digital de uma empresa, que permite que os provedores de serviços criem oportunidades para novos fluxos de receita e reduzam seus tempos de comercialização e de entrada de receitas. Os benefícios em termos de custo operacional de longo prazo e a capacidade de uma rede mais eficiente para fortalecer a fidelidade do cliente deverão fazer da virtualização uma prioridade para qualquer rede que deseje proteger ou expandir sua participação no mercado, agora e no futuro.

Daniele Loffreda é conselheiro sênior de marketing de indústria da Ciena.