Pesquisador da UFMG ganha prêmio global na área de saneamento

Redação com UFMG – 09.06.2021 –

O professor Marcos von Sperling, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Escola de Engenharia da UFMG, recebeu no final de maio o prêmio máximo da International Water Association (IWA). O IWA Global Water Award é concedido a cada dois anos a um profissional da água, em reconhecimento por suas contribuições ao setor. Sperling é a 13ª pessoa a receber o prêmio e a primeira da América do Sul.

A área de atuação de Marcos von Sperling é a de tratamento de esgotos. Sua pesquisa é dedicada, sobretudo, ao desenvolvimento de tecnologias simplificadas, apropriadas para países de clima quente e em desenvolvimento. Ele publicou diversos livros-textos, boa parte deles de livre acesso. As obras são muito utilizadas em universidades, empresas de saneamento e órgãos ambientais no Brasil e têm penetração também internacional. Algumas de suas obras foram publicadas em inglês, espanhol e hindi, em muitos casos pela própria IWA.

Formado engenheiro civil há mais de 40 anos, Sperling ingressou na UFMG como docente em 1993. Ele coordenou, junto com o professor Carlos Augusto Lemos Chernicharo, a implantação e expansão do centro de pesquisa da UFMG na Estação de Tratamento de Esgotos do Arrudas, da Copasa, a empresa de saneamento do estado de Minas Gerais.

“Minha atuação tem ênfase em soluções simples, em que a natureza faz boa parte do trabalho. Essas soluções atendem principalmente a pequenas comunidades”, afirma Sperling, que fez o doutorado em engenharia ambiental no Imperial College London, na Inglaterra. Um desses processos é baseado nas chamadas lagoas de estabilização, nas quais o esgoto sofre a ação de bactérias e algas que removem os poluentes. O professor liderou grupo internacional de especialistas da IWA e coordenou congressos sobre o tema.

Há cerca de dez anos, Sperling passou a se dedicar também às wetlands (filtros plantados), estruturas que utilizam materiais como brita e cascalho como meio-suporte por onde escoa o esgoto e se valem de plantas para auxiliar o trabalho dos microrganismos que “se alimentam” dos materiais orgânicos poluentes.