Planta subterrânea é a saída para expansão em telecomunicações

Por Redação – 27.10.2015 – 

Avaliação de especialista da AES Eletropaulo indica que redes externas aéreas chegaram ao limite.

Ricardo Martins Marques, gerente clientes corporativos da concessionária paulista explica o porquê do limite: dos cerca de 10,5 metros de altura de cada poste da companhia, os últimos 50 centímetros são cedidos para as operadoras de telecomunicações. “Para qualquer aumento da área de uso para as operadoras, seria preciso mexer na altura do poste. E quanto maior o poste, maior a base, o que atrapalha mais a calçada”, diz Marques.

Na avaliação do especialista, aumentar os postes para 14 metros não é uma solução adequada. O que faz mais sentido, segundo ele, é enterrar a rede de telecomunicações. A avaliação de Marques foi dada na semana passada, durante o Workshop Telecomunicações: Compartilhamento e Melhoria da Rede Externa,organizado pelo Departamento de Infraestrutura (Deinfra) da Fiesp.

Segundo Marques, 29 empresas de telecomunicação têm contrato com a Eletropaulo para utilizar a faixa de ocupação de 50 centímetros em postes da companhia, mas o modelo de negócio atual está esgotado e não atende a necessidade da sociedade como um todo. “Tem de ser mudado. Todo mundo tem de participar, principalmente o governo. A gente precisa dessa ajuda para que isso seja viável”, disse o executivo ao se referir a tecnologias para a construção de redes subterrâneas.

Na avalição do diretor da Abeprest (Associação Brasileira de Empresas de Soluções de Telecomunicações e Informática), Sérgio Rezende Garcia, a construção de redes subterrâneas é “o sonho de consumo de toda operadora”, mas ainda é um “dilema” enfrentado pelo setor de telecomunicações. “Muitas vezes desperdiçamos esforços e dinheiro ao fazer o projeto de uma área, bairro ou cidade, sem prever a participação das redes enterradas”, disse.

Durante o debate na Fiesp, Garcia defendeu o desenvolvimento de redes subterrâneas por com uso de método de construção não-destrutivo (MND). “Nesta opção retiraríamos totalmente os cabos ópticos da rede, ficando apenas os cabos de atendimento ao cliente final, fios de telecofonia e internet e cabos coaxial para TV por assinatura.

Também participaram do workshop o presidente da Telcomp, João Moura, e o consultor de telecomunicações Marcius Vitale. O debate sobre compartilhamento de rede foi mediado pelo diretor de Telecomunicações do Deinfra da Fiesp, Helcio Binelli.