Quem será o Uber do setor elétrico?

Da redação – 18.11.15

Novos modelos de negócios devem acompanhar adoção de redes inteligentes, segundo especialistas que participaram do Smart Grid Forum 2015, encerrado ontem em São Paulo.

Marco Antônio Donatelli, presidente da Light Esco, fez uma das perguntas chave do encontro que reuniu especialistas do setor elétrico na segunda e terça dessa semana em São Paulo: quem será o Uber do setor elétrico. O executivo se referia aos novos modelos de negócios que devem surgir com a adoção de tecnologias inovadoras, incluindo as redes inteligentes ou smart grids.

Para Donatelli, a disrupção tecnológica vai levar à convergência de negócios e criação de serviços compartilhados, entre outras iniciativas. O armazenamento energético entra em pauta de forma mais consistente, principalmente com a adoção mais intensa de energias renováveis na matriz brasileira, incluindo a solar – para a qual se espera uma redução de preços – e a consolidação da eólica.

Participante do painel sobre regulação, Fernando Dias Perrone, assistente da diretoria de Regulação da Eletrobras, lembrou outro aspecto das mudanças tecnológicas em curso: a infraestrutura de rede. “Ela é fundamental para que a smart grid avance”. O especialista também destacou o tema da eficiência energética, lembrando que as perdas do setor, principalmente na distribuição, “sujam” a matriz energética. “Os índices estão acima de 20% tanto no segmento elétrico como no de saneamento, ou seja, jogamos no ralo uma boa parte da produção de água e de energia”, enfatizou.

Já Fernando Damonte, gerente de Negócios da argentina Quantum, avalia que o modelo de negócios das distribuidoras deve mudar – da simples venda de energia para comercialização da capacidade de rede. O consultor também destacou que apesar do crescimento das fontes renováveis como solar e eólica, há uma necessidade de criação de sistemas de backup, o que pode elevar os custos de instalações como essas, cálculo que deve ser considerado com atenção nos projetos.