São Paulo é a cidade da América Latina onde as pessoas mais usam o carro

Redação – 26.03.2019 –

Pesquisa da Visa analisa a crescente demanda de transporte no mundo e identifica fatores para tornar cidades mais inteligentes e eficientes

A operadora de cartão de crédito Visa encomendou um estudo global sobre mobilidade urbana em grandes cidades e acaba de divulgar um relatório com vários dados sobre o setor, além de uma lista de recomendações para a melhor gestão urbana. Intitulado The Future of Transportation: Mobility in the Age of the Megacity (O Futuro dos Transportes: Mobilidade na Era das Megacidades), o levantamento resume o feedback de 19 mil consumidores em 19 países e identifica desafios expressivos de centros urbanos em crescimento. No Brasil, duas cidades participaram do estudo: Rio de Janeiro e São Paulo, sendo essa última apontada como a aquela onde se mais usam carros na América Latina.

E o que perguntou o estudo? A lista de questões é longa: meios de transporte elas utilizavam, sua experiência com as viagens de ida e volta ao trabalho ou escola (inclusive suas maiores preocupações), razões para não escolherem certos meios de transporte, suas opiniões sobre o pagamento do transporte e diferentes inovações que poderiam impactar sua experiência de viagem.

Shangai e Deli puxam a liderança o uso de carros

Os entrevistados brasileiros disseram que seu deslocamento havia aumentado nos últimos 5 anos em 53% em São Paulo e 54% no Rio de Janeiro. O uso do carro variou bastante entre as cidades pesquisadas. São Paulo (73%) foi a cidade de toda a América Latina onde as pessoas mais disseram usar o carro para ir ao trabalho ou à escola/universidade. Na região, os índices de uso do carro foram 66% na Cidade do México, 65% em Buenos Aires, 63% em Córdoba e 61% no Rio de Janeiro. Mundialmente, o maior índice de uso do carro foi registrado em Shanghai com 81% e 78% em Deli.

Os pagamentos estão no centro de todas as formas de viagem e continuarão ganhando importância à medida que mais cidades adotarem os pagamentos por aproximação no transporte público e os pagamentos digitais em estacionamentos e serviços de locação, como bicicletas e patinetes. Esse ponto explica o porquê de a Visa ter encomendado a pesquisa. Diz ainda o estudo:  a facilidade/agilidade de pagamento é uma questão importante para muitas pessoas na América Latina, e este é particularmente o caso de pessoas em São Paulo, onde 79% dos residentes dizem que isso influencia na escolha do meio de transporte.

A resposta dos paulistanos somente é menos incisiva do que os habitantes de Deli, com 80%. Rio de Janeiro vem logo depois com 73%. As cidades da América Latina menos preocupadas com a facilidade/velocidade de pagamento foram Córdoba e Buenos Aires, onde 42% e 31%, respectivamente, disseram não ser um fator importante para a escolha do meio de transporte.

Maior conectividade e soluções integradas de pagamento estão entre as demandas

Outros dados do levantamento indicam que metade (52%) dos pesquisados estão frustrados com a experiência de usar transporte público e um terço acredita que seu tempo de deslocamento aumentará nos próximos cinco anos. E mais: apenas 42% dos pesquisados da Geração Z (pessoas na faixa de 18 a 25 anos) usam o carro para ir ao trabalho, escola ou universidade, ou para viagens pessoais. Para 64% de todos os pesquisados, o aspecto mais desagradável de dirigir é encontrar um lugar para estacionar. A seguir, vem o risco de ser multado se o carro ficar estacionado mais tempo do que o previsto (44%) e pagar mais horas de estacionamento do que seria necessário (42%).

Em função dos dados, o relatório recomenda investir em conectividade, criar uma experiência de pagamento totalmente integrada para apoiar os usuários cuja jornada envolve vários meios de transporte e integrar a autenticação pessoal à experiência de pagamento. Outra iniciativa é desenhar sistemas de comércio levando em conta todos os membros da sociedade e desenvolver parcerias estratégicas para gerar novas visões.