Setor da construção deve reagir em 2018

Do SindusCon-SP – 01.12.2017 –

Sindicato prevê alta de 2% no próximo ano e esultado depende de variáveis econômicas e políticas

O SindusCon-SP estima um crescimento de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) da construção brasileira para 2018, conforme dados divulgados em coletiva à imprensa nesta quinta-feira (30). A regional Campinas, que atende 79 cidades do interior de São Paulo, representa 11% da construção do estado de São Paulo e fechou outubro com 74.459 postos de trabalhos com carteira assinada.

Apesar da boa notícia, o setor deverá fechar 2017 com queda de 6,4%. A estimativa significa uma mudança de panorama em relação ao início do ano, quando o cenário apontava elevação de 0,5% no PIB da construção.

“É notável que a construção civil teve um ano difícil e sentimos isso tanto na quantidade de obras quanto na redução das vagas de emprego. Ainda assim, temos uma projeção positiva para 2018 mas, sobretudo, uma projeção realista”, explica o diretor da regional do SindusCon-SP em Campinas, Marcio Benvenutti.

Para atingir essa alta de 2%, o cenário base considera um PIB Brasil de 2,5%, segundo dados da FGV em parceria com o SindusCon-SP. As perspectivas para 2018 contemplam o aumento no número de empregos e na confiança do empresário da construção; melhorias no mercado imobiliário, no tocante à lançamentos, vendas e distratos (quando uma venda é concretizada e cancelada em seguida); aumento nas contratações de empreendimentos do Minha Casa Minha Vida (MCMV), realizadas nos últimos meses de 2017 com reflexo em 2018.

Benvenutti também destacou as ameaças para o setor, no próximo ano: “Nos últimos três anos a construção perdeu cerca de 1,1 milhão de trabalhadores e essa recuperação requer cautela e estabilidade. As incertezas políticas, o quadro fiscal preocupante e a dificuldade do governo em promover reformas em ano eleitoral são ameaças diretas a possibilidade de retomada da construção em 2018”.

Em levantamento realizado pelo SindusCon-SP com cerca de 700 empresas do setor no Brasil, chamado de Sondagem da Construção, a expectativa de melhora no setor para o empresário em novembro atingiu 89,4%. Na sondagem de novembro de 2016, essa confiança era de apenas 37,2%. “A confiança é essencial para o empresário decidir investir. Entre 2016 e 2017, o governo deixou de investir em pastas essenciais e isso afeta o setor. No Ministério das Cidades a queda foi de 50% nos investimentos”, analisa o diretor da regional Campinas.