Startup utiliza IoT no monitoramento de ciclovias

Redação, com agência Fapesp – 12.01.2019 –

Pullup criou sistema para tornar o uso da bicicleta mais seguro em grandes cidades

Um projeto que usa Internet das Coisas (IoT) para mobilidade urbana, com foco em ciclovias, é o foco da Pullup, startup da área de engenharia eletrônica. A iniciativa faz parte  do programa  Cidades Inteligentes-Cidades Sustentáveis, lançada em 2016, e que tem acordo de cooperação com a Fapesp, agência de pesquisa paulista, e com a Finep (financiadora de projetos).

A expectativa, de acordo com o engenheiro elétrico Conrado Leite de Vitor, co-fundador da empresa e pesquisador responsável pelo projeto, é colocar no mercado um dispositivo batizado de SmartBike até junho deste ano. Segundo Vitor, esse equipamento pode ser acoplado ao guidão de qualquer tipo de bicicleta para exercer três funções: registrar dados como velocidade e quilômetros percorridos, atuando como um computador de bordo; identificar a localização do veículo, funcionando assim como um sistema de rastreamento e, ainda, conectar o veículo a uma rede de internet sem fio para receber diversos tipos de informação.

Vitor explica que, à semelhança das redes indoor (como o Wi-Fi), também já estão se popularizando redes sem fio que permitem a comunicação de longo alcance (entre 2 a 15 km), com baixo consumo de energia. “Tecnologias como a SigFox, por exemplo, já estão disponíveis em todas as capitais e têm sido muito usadas em soluções de IoT voltadas às smart cities”, diz o pesquisador. “Utilizando essa tecnologia, os sensores instalados na bicicleta alimentarão um sistema na nuvem, enviando dados como nível de luminosidade, umidade e aceleração”, detalha Vitor.

O SmartBike poderá informar, por exemplo, se a ciclovia está muito escura, se tem poças d’água (pois há um sensor que capta umidade do solo) ou se está esburacada. Tudo isso graças ao acelerômetro, sensor que detecta trepidações da bicicleta. Outra funcionalidade prevista pelo projeto é o planejamento das melhores rotas a partir de sinais de GPS. “O escopo é flexível, novas funções podem ser acrescentadas conforme demanda”, diz o pesquisador.

A Pullup está submetendo a patente do projeto pela Agência USP de Inovação e pretende comercializar a tecnologia com empresas fornecedoras de bicicletas de aluguel. Atualmente, relata o engenheiro, diversas empresas de compartilhamento de bicicletas utilizam sistemas de rastreamento que são, basicamente, voltados à proteção do patrimônio: o propósito é só o de coibir furtos.