Taxis poderão usar Internet das Coisas para renascer como serviço

Redação – 21.02.2019 –

Essa é a aposta do consultor Safa Alkateb, que aponta o uso dos veículos no modelo de mobilidade como serviço (MaaS)

Os taxis, quem diria, podem se reinventar como serviço e ter um papel importante nas futuras demandas de mobilidade urbana. Pelo menos é o que acredita Safa Alkateb, CEO da Autocab. Para ele, o modelo seria de Mobilidade como serviço (MaaS) e daria aos taxistas a liderança na revolução que a Internet das Coisas (IoT) vai promover na área de transporte. O ponto de vista foi defendido por ele em artigo no site Intelligent Transport no começo de fevereiro.

A IoT, de acordo com ele, está na base dos veículos autônomos, mas pode ser usada maias imediatamente do que se pensa e a aplicação envolve os taxis, que não podem ser deixados de lado na integração de vários modais de transporte. A integração permite o acionamento de serviços sob demanda e a IoT viabiliza essa integração. Traduzindo: sensores no interior dos carros permitem o compartilhamento de dados como localização e a possibilidade de agendamento de serviços.

Com a tecnologia de rastreamento é possível integrar os taxis a outros parceiros de transporte, incluindo os veículos de locação e as plataformas de compartilhamento de carros. Na prática, você contrataria um taxi ainda dentro do avião para te pegar na saída do aeroporto e te levar ao estacionamento da companhia de aluguel. Ou para a estação de trem mais próxima, se o aeroporto não for um daqueles distantes.

Para que o sistema dê certo, a integração com outros serviços de transporte é fundamental, além é claro de uma base de dados atualizada, principalmente em áreas urbanas congestionadas. Alkateb aposta ainda nos veículos autônomos como realidade dos próximos vinte anos.

Os dados de viagem, aliás, não ficarão estanques. Imagine o Big Data de milhares de taxis, com informações sobre uso de pneus, combustíveis etc e tudo isso cruzado com os dados das estradas atuais. Será possível comparar, por exemplo, o desgaste de peças em situações diferentes, um input valioso para a indústria automotiva. E isso em tempo real.

O mesmo se diz para os planejadores urbanos, que ganham conhecimento adicional sobre volume e direções de tráfego. Vamos pensar no caso do Brasil, só para trazer essa história para o local: lembre-se de como o rádio em grandes cidades como São Paulo, se reinventou como serviço ao receber e divulgar dados de congestionamento ao vivo e tendo como fonte os próprios ouvintes. Os taxis como MaaS podem amplificar isso.