Transportadoras enfrentam desafios para transporte da vacina da Pfizer

Redação – 07.04.2021 –

Operação exige maior grau de complexidade e menor tempo para entrega. Distribuição está prevista par acontecer de abril a setembro

A chegada da vacina da Pfizer-BioNTech vai representar um desafio para as transportadoras por conta das particularidades na logística da imunizante estrangeira. A avaliação é do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região (Setcesp). A maior preocupação é a temperatura do transporte e armazenamento da vacina da Pfizer segundo o diretor da Especialidade de Transporte de Produtos Farmacêuticos do Sindicato, Gylson Ribeiro.

“Após fabricada a vacina deveria ser armazenada em -70ºC, foi assim que começou a ser distribuída no mundo e a Pfizer até desenvolveu um contêiner específico para fazer o transporte disso. Entretanto, isso gera uma grande dificuldade porque o consumo deve ser rápido, a partir do momento em que a dose é retirada do compartimento”, explica Ribeiro. De acordo com ele, pouquíssimos equipamentos aguentariam a temperatura inicial de -70ºC e são raras as empresas no país que possuem esse tipo de equipamento, o que limitaria a distribuição desta vacina aos grandes centros.

Apesar da dificuldade atual no Brasil com esta logística, a Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, emitiu a autorização do armazenamento da vacina em temperaturas consideradas normais, entre -15ºC e -25ºC, por até duas semanas sem perder a eficácia. Após este prazo, a vacina perde seus valores imunizantes, complicando a logística de transporte, armazenamento e aplicação, que devem ser feitos em apenas 15 dias.

“Esta resolução da FDA, se aplicada aqui no Brasil, resolve grande parte do problema de distribuição desta vacina. Claro que, temos uma dificuldade muito maior, que é o ponto em que as vacinas são deixadas, os quais muitas vezes não estão preparados para receber, armazená-las e conservá-las. A logística terá de ser feita em função do tempo”, finaliza Ribeiro.