Uber é só o começo, mostra pesquisa sobre mobilidade urbana

Da Redação – 06.11.2017 –

Novas tecnologias e novos modelos de transporte urbano devem quebrar outras barreiras nas cidades ao redor do mundo. E o retorno do investimento (ROI) pode acontecer em cinco anos

A Coalition for Urban Transitions, organização sem fins lucrativos, acaba de divulgar um levantamento que indica as tendências que devem pautar as mudanças em mobilidade urbanas nos próximos anos. Para quem acha que o Uber – e outros serviços que concorrem com os táxis tradicionais – sejam disruptivos, a notícia é que outras mudanças estão a caminho. O rol de novidades inclui miniônibus elétricos sob demanda, passeios compartilhados subsidiados e planejamento de rotas e aplicativos de passagens.

Segundo a pesquisa, os novos serviços podem tornar o transporte público mais acessível e sustentável, desde que “integrados de forma adequada aos sistemas de trânsito em massa”. Para Elaine Trimble, diretora do Centro Global de Ciências da Competência da Siemens, pesquisadora principal do estudo, a pesquisa mostra que as cidades podem recuperar os investimentos em novas tecnologias e modos de transporte em períodos de tempo relativamente curtos, muitas vezes menos de cinco anos. “E os benefícios econômicos de longo prazo dos investimentos, como a redução do congestionamento pagariam dividendos por anos”, completa.

Londres, Cidade do México e São Francisco foram escolhidos como locais para as modelagens de mobilidade, mas o relatório Connected Urban Growth, o nome oficial da pesquisa, também mostra que, globalmente mais de 70 cidades já estão em parceria com novos serviços de mobilidade privada e abordando os desafios dos sistemas de trânsito público, mas poucas estão no Sul Global.

Mais da metade das novas empresas de mobilidade se enquadram na categoria de mobilidade compartilhada (por exemplo, trânsito em massa e compartilhamento de bicicletas).  Empresas locais em todas as regiões do mundo estão desenvolvendo aplicativos de mobilidade compartilhada.  Nos Estados Unidos, de acordo com o levantamento, existem 500 agências de trânsito que oferecem acesso aberto aos seus dados de trânsito, ajudando os consumidores a planejar suas viagens com mais facilidade, mas apenas 17 também permitem que os usuários adquiram bilhetes usando aplicativos móveis.

“A forma como as pessoas vivem e se movem nas cidades está mudando. O fato de que as empresas em todas as regiões do mundo estão desenvolvendo novos aplicativos e serviços de mobilidade reflete o fato de que os moradores urbanos em todos os lugares querem e precisam de opções de transporte mais convenientes, flexíveis e econômicas”, disse Shannon Bouton, diretor de Operações do McKinsey Center for Business and Environment e um dos principais pesquisadores deste estudo.

A Coalition for Urban Transitions está encorajando as cidades a considerar a forma como os novos serviços de mobilidade podem melhorar os sistemas de transporte público e convidando os formuladores de políticas urbanas a compartilhar mais dados, a investir em infraestruturas de transporte de massa e incentivar pilotos e parcerias, entre outras recomendações.