Da Redação – 28.02.2017 –
As duas maiores empresas de concessões rodoviárias do Brasil apresentaram resultados financeiros que confirmam o grande negócio que é administrar serviços públicos privatizados no país. A Arteris, que se diz a maior em quilômetros administrados, viu seu lucro líquido quase triplicar (243%) em 2017, chegando a R$ 246,9 milhões. Já a CCR – que se intitula a maior em termos de receita – conseguiu praticamente dobrar (94% de incremento) o lucro líquido em apenas um trimestre (4T), quando o grupo e seus acionistas embolsaram R$ 329 milhões. Os negócios da CCR também incluem administração de outros modais, como metrô.
No informe da Arteris, ela demonstra que o bom desempenho financeiro ocorreu pela expansão da receita de pedágio principalmente, onde o incremento foi de 12,3%. Quando se soma isso ao aumento de tráfego de 3% – contabilizando 670,7 milhões de veículos que pagaram pedágio em pistas da Arteris em 2017 – se tem o balanço de 8,8% de crescimento bruto da empresa no ano passado.
Nesse período a Arteris também reduziu despesas financeiras em 38%, totalizando R$ 448,8 milhões, o que termina de compor o aumento do lucro líquido relatado no inicio desta notícia. A redução de despesas foi puxada por um menor endividamento médio e também pela redução das taxas dos indexadores de juros da dívida.
Já a CCR divulgou o aumento do tráfego em 4,4% nas rodovias que administra durante o último trimestre, enquanto o crescimento do EBTIDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) Em 17,9%.
Lucratividade alta não é novidade
Em 2016 o InfraROI avaliou os dados financeiros da Nova Dutra, também administrada pela CCR. Naquele ano – quando a crise financeira estava a pleno vapor – a receita líquida havia caído 5,8% em relação ao ano anterior e bateu em R$ 1,21 bilhão. Isso mesmo a receita de pedágio tendo sido 1,5% maior.
Contudo, o menor faturamento bruto não influenciou no bom resultado financeiro, que fechou 30% superior ao do ano anterior. Veja essa reportagem completa neste link.