ROI em concessão rodoviária: 30% de lucro está bom?

Da Redação – 02.03.2016 –

Esse foi o EBIT (lucro antes dos juros e tributos) da CCR NovaDutra em 2015. Porcentagem foi semelhante em 2014 e receitas de pedágio foram ligeiramente maiores em 2015, apesar da a lucratividade ter caído quase 6% em relação ao ano anterior.

Foto: NovaDutra
Foto: NovaDutra

A concessão rodoviária da Presidente Dutra (CCR NovaDutra) completou 20 anos nesta semana, quando o grupo que a controla anunciou que os investimentos realizados na rodovia no período foi de cerca de R$ 13 bilhões de reais. Isso envolve obras de pavimentação, construção de muro central e outras melhorias na via. O InfraROI procurou as demonstrações financeiras da empresa para entender o que esse volume de investimento representa na sua margem de lucratividade. E o resultado é atrativo.

Em 2015, apesar da receita líquida da CCR NovaDutra ter sido 5,8% menor (chegando a R$ 1,212 bilhão contra R$ 1,287 bi do mês anterior), a receita de pedágio, que representa 97% das receitas líquidas totais, foi 1,56% maior (chegando a R$ 1,168 bi).

Ainda sobre o ano passado, a lucratividade em cima dessa receita chegou próximo a 30%, registrando EBIT (que é o lucro antes dos juros e tributos), de R$ 342,8 milhões. Em 2014, a lucratividade foi melhor, chegando a R$ 412 milhões. Para nível de comparação, em micros e pequenas empresas da área de varejo, a margem de lucratividade ideal sugerida pelo Sebrae é de 5% a 10%.

Sobre os investimentos que somam R$ 13 bilhões no período de concessão, a informação é de que eles foram aplicados em obras, aquisição de equipamentos, operação da rodovia e pagamentos de impostos. Isso englobaria 60,4 quilômetros de construção de pistas marginais, 364 quilômetros de muros de concreto, 35 novas pontes e viadutos, recuperação de 111 pontes, 73 viadutos, 25 passarelas e a aplicação de 18,8 milhões de m² de asfalto em pistas, trevos e acessos da rodovia.

A concessão da rodovia Presidente Dutra é de 25 anos. O conceito de lucro líquido anual não se aplica, pois, quando ganhamos o contrato de concessão da via Dutra, em 1995, a licitação foi na modalidade de menor tarifa, considerando um determinado plano de investimentos.

Questionada sobre a média de lucratividade na operação da Nova Dutra, a CCR enviou o seguinte comunicado oficial: “Nos primeiros anos da concessão, quando a via Dutra estava em estado precário, abandonada e em péssimas condições, realizamos uma injeção de recursos e empreendemos um dos mais intensos cronogramas de obras da engenharia brasileira para garantir condições adequadas de segurança e de fluidez de tráfego aos usuários. Os investimentos variam ano a ano.”