Redação – 25.04.2023 – Diferença entre tarifa elétrica do mercado livre para o regulado é de 62%
O mercado livre de energia cresceu 19% em um ano, acumulando 4.957 novas unidades consumidoras no período que se encerrou em janeiro de 2023, segundo dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). Com isso, o ambiente de contratação livre passou a somar 31.686 unidades consumidoras, agrupadas em 11.149 consumidores. Cada unidade consumidora equivale a um medidor de energia.
No entanto, as 31.686 unidades consumidoras que estão no mercado livre correspondem a apenas 0,03% dos 89 milhões de unidades consumidoras de energia registradas no Brasil. Por outro lado, 90% da demanda de energia elétrica da indústria é atendida pelo mercado livre de energia.
Isso ocorre porque os custos são bem mais em contas nesta última opção. Em fevereiro de 2023, o custo da energia, que é um dos componentes da tarifa elétrica, foi de R$ 279/MWh no mercado regulado e de R$ 106/MWh do mercado livre, uma diferença de 62%.
Segundo a Abraceel, a expectativa é que haja fim ao imbróglio com a normatização deste mercado com uma futura votação do Projeto de Lei (PL) 414/2021 ou do PL 1.917/2015, que estabelecem regras para a abertura completa do mercado de energia elétrica do Brasil, bem como na possibilidade de definição do cronograma de abertura de maneira infralegal, dada a prerrogativa já instituída na Lei 9.074/1995.
Nesse sentido, vale ressaltar que o Ministério de Minas e Energia, no segundo semestre de 2022, realizou consulta pública que demonstrou amplo consenso da sociedade em torno da proposta de abrir o mercado de energia para todos, incluindo residências e pequenos negócios, a partir de 2026.
Confira outros destaques do Boletim da Energia Livre da Abraceel:
- Consumidores que podem escolher o fornecedor de energia elétrica buscam no mercado livre preços mais baixos.
- O mercado livre se consolida como indutor das energias renováveis, absorvendo 91% da energia gerada por usinas a biomassa, 57% por PCH, 45% por eólicas e 52% por solares centralizadas.
- Com isso, o mercado livre absorveu 52% da geração de energia consolidada de fontes renováveis incentivadas (eólica, solar, PCH e biomassa), aumento de 38% nos últimos 12 meses.