Produtividade da indústria passa por tecnologia e atração de jovens

Redação – 10.04.2024 – Contra déficit de mão de obra, tecnologia é caminho para indústria aumentar produtividade e voltar a atrair jovens A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em seu Mapa do Trabalho 2022-2025, calcula que 9,6 milhões de trabalhadores precisam ser qualificados para ocupações industriais no Brasil. Desse total, pelo menos 2 milhões se […]

Por Redação

em 10 de Abril de 2024
Redação – 10.04.2024 – Contra déficit de mão de obra, tecnologia é caminho para indústria aumentar produtividade e voltar a atrair jovens

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em seu Mapa do Trabalho 2022-2025, calcula que 9,6 milhões de trabalhadores precisam ser qualificados para ocupações industriais no Brasil. Desse total, pelo menos 2 milhões se referem à capacitação inicial – ou seja, preparar pessoas para preencher novas vagas ou repor desligamentos. Para lidar com esse deficit, a tecnologia é a chave, segundo o engenheiro mecânico Túlio Cerviño, co-fundador e CEO da Trackfy.

Ele defende que a tecnologia é o caminho para que a indústria aumente a produtividade e o bem-estar dos trabalhadores, para que volte a motivar pessoas em início de vida ativa profissionalmente. Recursos tecnológicos para a gestão de plantas industriais e canteiros de obras permitem identificar gargalos e, principalmente, mitigar periculosidade, deslocamentos e insalubridade inerentes a alguns segmentos.

O especialista cita um estudo recente da LCA Consultoria, elaborado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE, o qual apurou que a idade média do trabalhador brasileiro (no cômputo de todas as atividades) já beira os 40 anos (39,3 anos). De acordo com Cerviño, esse “envelhecimento” atinge em cheio os setores industrial e de construção, os quais, juntos, correspondem a mais de 30% do PIB Brasileiro, novamente segundo a CNI.

“A indústria está precisando fazer mais com menos, porque não está conseguindo contratar, principalmente jovens”, alerta o executivo. “Funções como mecânico, pedreiro, caldeireiro, soldador, eletricista, instrumentista e pintor industrial estão entre aquelas com mais dificuldade de preenchimento de vagas. Estão pouco atraentes para os jovens, que estão preferindo iniciar sua carreira em novos espaços, como aplicativos e trabalhos 100% digitais. Trabalhar com graxa, em ambientes quentes, em serviços de maior esforço físico não tem motivado os jovens, como mostram os dados.”

A saída está em investir na chamada Indústria 5.0 – isto é, promover uma transformação digital nas atividades fabris que combinem, ao mesmo tempo, tecnologias para aumento da produtividade da empresa, e para a melhoria do bem-estar e qualidade de vida dos colaboradores, conforme explica Cerviño. A gestão de unidades de produção e canteiros de obra a partir de recursos de tecnologias da informação de última geração vai ao encontro desse movimento.

O monitoramento em tempo real das atividades em campo, usando soluções de Internet das Coisas (IoT) e análise de dados, pode ajudar os gestores industriais a identificar gargalos à produtividade, entendendo as medidas necessárias para superá-los. “A tecnologia vem para eliminar os gargalos produtivos e melhorar a segurança e bem-estar dos trabalhadores”, reitera Cerviño.