Sabesp confirma investimento de R$ 6 bi em infraestrutura de rede

Por Thomas Tjabbes e Rodrigo Conceição Santos – 25.02.2015

Companhia quer substituir tubulações mais antigas e deve fazer uso maciço de tecnologias de método não-destrutivo para obras

TBMA Sabesp contabiliza que cerca de 20% da água distribuída por ela no Estado de São Paulo é desperdiçada, e a grande maioria desse desperdício ocorre por vazamentos, provenientes de problemas com a tubulação de distribuição. Para reduzir esse número, a empresa confirmou, ontem, em evento realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, a aplicação dos R$ 6,1 bilhões em infraestrutura de redes até 2020.

Esse aporte foi anunciado há alguns anos e, em 2013, o balanço anual apontava que R$ 1,5 bi já haviam sido aplicados, sendo que R$ 424 milhões foram só naquele ano. Os investimentos são para substituir tubulações e ampliar o controle sobre pressão de distribuição da água à população paulista. Nesse caso, Américo Sampaio, gerente do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da Sabesp, adianta que os métodos não-destrutivos (MND), para instalação ou substituição de tubulações são forte aliados nas obras, permitindo que elas causem menor interferência no cotidiano urbano.

Histórico
Há diversas soluções para instalação de redes por métodos não-destrutivos e algumas delas a Sabesp usa ou já usou em passado recente. No projeto Tietê – que visava a melhoria dos córregos por meio da implantação de coletores e interceptadores no sistema, aumentando o percentual do esgoto coletado – a Sabesp mediu que 60%, de 564 obras realizadas até 2012, foram feitas com métodos não destrutivos. Nessa obra, o método não-destrutivo mais utilizado foi o micro túnel (Microtunneling Boring Machine – MTBM), que nada mais é do que uma mini tuneladora (semelhante ao tatuzão, que faz obras de metrô, mas em tamanho menor, com diâmetros de 400 ou 600 mm).
Um evento sobre água
Junto com a Sabesp, o Sinduscon-SP convidou gestores públicos e executivos de empresas ligadas ao setor para debater novas tecnologias e práticas no consumo de água. O encontro ocorreu na sede da entidade, próximo à estação do Metrô Santa Cecília, entre as 8h e 13h, e, entre os principais tópicos, abordou as novas formas de gestão da água e uma reforma legislativa para atuar sobre elas.

O conceito de construção sustentável foi aliado a técnicas de reuso da água de amassamento na cura de concreto não estrutural, entre outras práticas. “As edificações ‘verdes’ conquistaram uma economia de 40% no consumo de água nos últimos anos, adotando soluções de uso racional como essa”, disse Marcelo Morgado, assessor de Meio Ambiente do Gabinete do Vereador Gilberto Natalini.