Metade das Rodovias brasileiras tem problemas no pavimento

Da Redação 19.03.2015
“O pavimento deve suportar os efeitos das mudanças de clima, permitir deslocamento suave, não causar desgaste excessivo dos pneus e nível alto de ruídos, ter estrutura forte, resistir ao fluxo de veículos, permitir o escoamento de água e ter boa resistência a derrapagens”. É o que recomenda o relatório anual da Confederação Nacional de Transporte (CNT), publicado nesta semana (16 de março) e referente ao ano de 2014.

E é com base nessa recomendação que o estudo reprovou quase metade das rodovias pavimentadas e avaliadas.
A pesquisa avaliou 98.475 km de vias e 49,9% delas apresenta algum tipo de deficiência no pavimento, em trechos classificados como regulares, ruins ou péssimos. O total de trechos críticos (ruins + péssimos) chega a 13 mil km. Outros 42,4% dos trechos analisados foram classificados como ótimos e 7,7% como bons.

Quanto à superfície do pavimento, o asfalto está desgastado em 43.991 km. Em 18.791 km há trincas ou remendos na malha e, em outros 3.275 km de rodovias, o que prejudica as viagens são afundamentos, ondulações e buracos. A condição é considerada perfeita em 31.926 km, o equivalente a 32,4% do total analisado.

Há 492 km em que o pavimento está totalmente destruído. A maior concentração do problema ocorre na BR-155/PA, na MA-006, na BR-210/RR, na BR-020/PI, na GO-115/BR-010/GO, na BAT-030/BR-030/BA. “Apesar dos problemas, em 96,1% dos trechos a pesquisa indica que o motorista não se vê obrigado a reduzir a velocidade em razão das falhas”, informa o relatório.

Os técnicos consideraram, na avaliação, a condição da superfície, a velocidade possível de ser atingida e também acostamento.

Rodovias Estaduais estão piores
Os governos estaduais apresentam mais dificuldades em manter o pavimento em condições adequadas para os usuários. Conforme a Pesquisa CNT de Rodovias 2014, em 65,3% – dos 32.305 km de trechos estaduais avaliados – há problemas. Desses, 44,2% foram considerados regulares, 15,3% ruins e 5,8% péssimos. As rodovias sob gestão dos estados consideradas ótimas ou boas somam apenas 34,7%.

Já entre as BRs, 42,3% do pavimento foram classificados como regular, ruim ou péssimo. A maioria ainda é considerada boa ou ótima, num total de 57,7%.

No comparativo entre as públicas e as concessionadas, os 15.072 km de rodovias concedidas têm um ganho considerável na qualidade do pavimento: 79,5% está em condições adequadas. Os 20,5% restantes foram classificados como regulares, ruins ou péssimos.

Nas estradas sob gestão pública, a maior parte do pavimento está regular, ruim ou péssimo (56,9%). Em 35,6% as condições são ótimas e em 7,5%, são boas.