Quem ganha com uma infraestrutura mais inteligente?

Da redação – 13.10.2015 – 

Sarah Murray, articulista do Financial Times, respondeu a questão no site do World Economic Forum.

No final de setembro, a articulista inglesa mostrou como podemos transformar a atual infraestrutura em algo mais inteligente. Seu ponto de vista foi divulgado no informativo Agenda, do Fórum Econômico Mundial. Sarah começa lembrando que existe um custo para manter ativos como tubulações de água e para renovar estradas e ferrovias. Em alguns casos, como no Sul da Ásia, as obras de manutenção superam a construção e consomem 55% do orçamento. Mas, se é necessário manter ou construir a partir do zero, deve-se aproveitar o fato como oportunidade para melhorar a infraestrutura.

A resposta de acordo com ela está no aumento do poder de computação e nas novas tecnologias digitais. Na etapa de planejamento e construção, os softwares de visualização em 3D e a modelagem computacional dão os projetistas a capacidade para verificar alternativas antes mesmo de começar a construir. Outro ganho é acelerar as etapas de aprovação nos órgãos de fiscalização. Na Inglaterra, o Smart London Plan, por exemplo, permite que os planejadores possam coordenar as obras subterrâneas de várias concessionárias, evitando custos adicionais.

Na reforma de estradas, um ganho adicional pode ser a inserção de sensores que provêm dados em tempo real, aprimorando o gerenciamento desses ativos. Isso já acontece nos Estados Unidos: em Minneapolis, centenas de sensores foram instalados na ponte de St Antony Falls que cruza a rodovia I-35W. Com isso, os engenheiros passaram a desfrutar de várias informações para monitorar o desempenho da construção e verificar as necessidades de reforma à medida que a obra envelhece.

O aperfeiçoamento das questões de sustentabilidade é outra vertente positiva, na avaliação de Sarah. Em Austin, no Texas, a ativação de um sistema de smart grid com medidores inteligentes, sensores e softwares permitiu a melhoria da distribuição de carga e a reduço de geração de capacidade extra de energia para a cidade.

Do outro lado do mundo, em Cingapura, uma plataforma de software e hardware tem sido usada para monitorar, em tempo real, a distribuição de água na cidade. A rede de sensores rastreia indicadores como pressão, fluxo, nível de pH, turbidez e material orgânico dissolvido. Chamado de WaterWiSe, ele não apenas detecta vazamentos como facilita o planejamento a longo prazo, seja para manutenção ou expansão da rede.

Todos os ganhos de produtividade resultam em ganhos, de acordo com Sarah, que cita um dados do McKinsey Global Institute: melhorar o consumo de energia ou das perdas de água podem, por exemplo, reduzir em 3% os gastos necessários para adicionar uma capacidade adicional ao sistema.