Calibração garante a confiabilidade dos instrumentos de teste

Da Canaris – 29.01.2018 – 

Medidores de potência e OTDRs estão entre os aparelhos usados regularmente na ativação e manutenção de redes de telecomunicações que precisam ser constantemente avaliados

Quem fiscaliza o fiscal? Assim poderíamos definir o porquê de adotar a calibração periódica de instrumentos de teste. Estamos falando de redes de telecomunicações, principalmente as ópticas, hoje responsáveis pelo alto volume de tráfego de dados e imagens, além dos serviços tradicionais de telefonia. Respondendo à pergunta do início: quem certifica se um OTDR está funcionando adequadamente, por exemplo, são técnicos especializados, que realizam testes e procedimentos padronizados internacionalmente. Ponto.

No caso da Redex Telecom, empresa que atua no segmento de telecomunicações desde 1981, o Departamento de Suporte ao Cliente (DSC) é o responsável pela calibração. A estrutura do DSC inclui técnicos especializados e treinados pelos fabricantes e um aparato de testes, similar aos dos fabricantes, que permite calibrar os instrumentos. “A calibração garante se o dispositivo mostra resultados condizentes com a realidade em campo, ou seja, se ele informa o que de fato está acontecendo numa rede”, resume Ana Cláudia Leite, coordenadora do DSC.

Segundo ela, o processo deve garantir que o instrumento de teste está atuando dentro de um padrão estabelecido e confirmar que os dados fornecidos por ele são confiáveis. Ela ressalta que a Redex não atua como entidade certificadora e que a calibração realizada no laboratório da empresa atesta se os instrumentos atendem as especificações do fabricante. “Emitimos uma certificação que confirma que um OTDR, por exemplo, está calibrado segundo os parâmetros definidos por quem o fabricou”, complementa.

O processo de calibração começa com a avaliação inicial do instrumento de medição, ou seja, com a avaliação de que ele não tem um defeito funcional. Se for detectado um problema de funcionamento, o dispositivo precisa ser ajustado. O ajuste pode ou não envolver reparos e é um processo que necessita da autorização formal do usuário. Se não tiver defeito funcional, a calibração envolve procedimentos, inclusive a comparação com um instrumento similar devidamente calibrado.

“O tempo de calibração varia de acordo com o instrumento e com o estado do aparelho recebido. Em média, se estiver funcional um medidor de potência pode ser calibrado em duas horas, enquanto um OTDR, pela sua complexidade, pode demandar meio dia de trabalho de um técnico”, detalha Ana Cláudia. A formalização do processo envolve a emissão de um certificado e o preenchimento de um formulário que indica os procedimentos e resultados. O usuário recebe o certificado e uma cópia do formulário, ao mesmo tempo em que a Redex arquiva outra cópia do formulário de calibração.

A coordenadora explica que somente os instrumentos de medição são passíveis de calibração. Máquinas de fusão, usadas na construção de redes, podem ser avaliadas sim, mas em relação à sua conformidade com os padrões definidos pelo fabricante. Assim como acontece para a infraestrutura óptica, a Redex também realiza a calibração para instrumentos de teste de rede metálica.

Qual o melhor momento para se calibrar um instrumento de teste?

Segundo Ana Cláudia, a periodicidade de calibração depende do tipo de dispositivo. Todos saem de fábrica calibrados, mas o tempo de validade varia. No caso dos OTDRs, os usuários são orientados a aferirem os dispositivos após dois anos de uso. “É importante ficar atento, pois os equipamentos de teste são os últimos a serem levados em consideração quando uma rede está com problemas”, argumenta a especialista. “E eles podem ser os culpados”, reforça.

Instrumentos descalibrados causam prejuízos. É o caso de medidores de potência que não indicam problemas na certificação de redes que ficam inoperantes ou abaixo da capacidade especificada. Já os OTDRs desajustados não identificam corretamente pontos de ruptura de rede, entre outros problemas. Entre as melhores práticas, Ana Cláudia recomenda o treinamento de mão de obra e a leitura atenta do manual de funcionamento dos aparelhos. “É necessário também manter um inventário que indique se ele foi calibrado, quando e por quem”, complementa.