América Latina ainda está no 3G de telefonia móvel

Da Redação – 06.07.2018 –

Apesar do prometido avanço futuro do 5G, a quarta geração supera a terceira somente em 2019

A quinta geração (5G) deve dar seus primeiros passos comerciais na América Latina somente em 2021, segundo a consultoria GlobalData. Até lá a melhor notícia é a superação da terceira geração (3G), como tecnologia predominante na região, em 2019. Em resumo, ainda somos um subcontinente onde os dispositivos móveis rodam em 3G. Depois do ponto de inflexão marcado para o ano que vem, as redes 4G LTE devem representar 65% da infraestrutura de telefonia celular da região em 2022.

“Nossa visão é que a 5G chegará na América Latina em média em 2021, com suas primeiras ofertas comerciais nos principais países da região. As operadoras ainda estarão focadas em aumentar a área de cobertura da 4G e em monetizar seus investimentos nesta tecnologia”, explica Leandro Agión, Analista Senior da GlobalData para a América Latina. “Por isso, apesar do fato de que muitos testes estão sendo feitos em vários países, não acreditamos que a 5G chegue antes disso”, complementa.

Bom, nem tudo é complicado. O número de assinantes em 4G devem duplicar até 2022, “alavancado principalmente o esforço das operadoras para aumentar a área de cobertura e a qualidade das comunicações na região”, pontua Agión. Ele também vê o incremento na comunicação máquina-máquina (M2M), que dobrará no período de previsão, ultrapassando os 70 milhões de assinaturas no ano de 2022. As principais aplicações envolverão gestão de frotas, cidades inteligentes e carros conectados.

Problemas com espectro para as operadoras

Além do desafio de monetizar o 4G antes da entrada da quinta geração, as operadoras latino-americanas devem enfrentar outro desafio, a disponibilidade de frequencia. “O espectro radioelétrico é o insumo vital das redes sem fio, e já estamos nos aproximando do mundo da 5G que permitirá a Internet das Coisas (IoT)”, afirma o Diretor da 5G Americas para América Latina e Caribe, José Otero. “A principal preocupação para o futuro é que precisaremos entre 3 e 18 GHz de frequências em áreas densamente povoadas para que as tecnologias funcionem corretamente”, afirmou.

Segundo ele, “o país da América Latina que entregou mais espectro para o funcionamento da 2G, 3G e 4G de forma agregada foi o Brasil, e apenas supera os 600 MHz. “Estamos bastante distantes da quantidade de espectro radioelétrico que devem ser entregues para as operadoras”, afirma Otero. “Vale recordar que isto deve acontecer de forma transparente, com processos justos e equitativos, e que as frequências estejam completamente limpas para que dessa forma possam beneficiar os consumidores”, finaliza.