Futuro da Internet no Brasil corre risco se país não se alinhar com padrão mundial

Redação – 18.10.2019 –

Associação do setor adverte para necessidade de o país se alinhar com mercado mundial no caso do espectro não licenciado

A Associação Brasileira de Internet (Abranet) se pronunciou oficialmente nessa semana a respeito do espectro não licenciado no Brasil para uso de redes de telecomunicações sem fio. Vamos entender: a destinação de frequências para os sistemas sem fio Wi-Fi não pode ser prejudicada pela alocação da banda para a tecnologia 5G, segundo a Abranet. Atualmente a Anatel, agência reguladora do setor de telecomunicações revisa a regulamentação sobre sistemas com radiação restrita, por meio de consulta pública.

“As contribuições apresentadas na Consulta Pública nº 47, por empresas com atuação no mercado mundial, são muito importantes e merecem consideração na análise que se realizará ao longo do processo de revisão da regulamentação. Dentre as contribuições destacam-se as relativas a faixas de espectro destinadas para sistemas de radiação restrita, em grande medida conhecidos como sistemas WiFi”, explica a Abranet.

Segundo a entidade é que discussões similares também estão sendo feitas pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), inclusive com contribuição brasileira. O problema? A consulta pública não estaria considerando as discussões em nível internacional capitaneadas pela UIT e que devem ser adotadas pela comunidade mundial.

“O espectro é um recurso limitado e, como tal, vital para vários segmentos que devem ser considerados em qualquer decisão a ser adotada. No presente momento há um “frenesi” em identificar frequências para a chamada tecnologia 5G. Essa situação não pode prejudicar ou restringir o uso de outras tecnologias e segmentos do mercado, como o WiFi”, defende a Abranet.

Para a entidade, será necessário um realinhamento da posição brasileira para que o processo na UIT e o da consulta pública possam manter coesão e efetividade. Um exemplo para concretizar o desafio é o dos radares automotivos. De acordo com a Abranet, eles frequentemente são mencionados como sensores primordiais para a adoção de funções que aumentem conforto e segurança e devem ter uma regulamentação alinhada com os padrões internacionais para que a própria indústria local possa ser fornecedora mundial.