Crise hídrica afeta balanço da Cesp no segundo trimestre

Redação – 03.08.2021 – Receita líquida cresceu, mas resultado após desconto de juros, impostos, depreciação e amortizações retraiu

A Companhia Energética de São Paulo (Cesp) apresentou crescimento de receita, no segundo trimestre de 2021, totalizando R$ 525 milhões, 8% a mais que no mesmo período do ano passado, em função principalmente das operações de trading de sua unidade comercializadora. Porém, o EBITDA ajustado, de R$ 222 milhões, retraiu 23%, como reflexo da crise hídrica e de efeitos não recorrentes que ocorreram no 2T20.

De acordo com a companhia, a forte geração de caixa foi, novamente, um dos destaques do período, com a geração de R$ 274 milhões de fluxo de caixa operacional após o serviço da dívida, com índice de conversão de caixa de 123% no 2T21.

De acordo com a empresa, o resultado do segundo trimestre de 2021 reflete o desafio hidrológico que se impôs ao país, com as menores vazões desde 1930 e que afeta o setor como um todo. “Frente a este cenário, a companhia aproveitou as janelas de oportunidade no mercado e comprou energia para equacionar o balanço energético a um preço médio de R﹩ 239/MWh, substancialmente menor do que o preço atual de mercado”, destaca o comunicado oficial da Cesp.

Na ponta vendedora, a CESP tem trabalhado para capturar oportunidades em vendas futuras de energia, principalmente a partir de 2024, avançando em seu go-to-market. “Continuaremos atuando de forma diligente e transparente na gestão, com foco na aceleração de resultados e consequente criação de valor aos acionistas”, “explica Mario Bertoncini, diretor Presidente e de Relações com Investidores da CESP.

Ainda seguindo a estratégia de redução de risco em seu contencioso passivo, a empresa apresentou redução de R$ 636 milhões nas contingências passivas em relação a março deste ano, em decorrência de acordos judiciais e revisão de estimativas diante da evolução de processos e decisões favoráveis à companhia.

A gestão multidisciplinar teve um avanço significativo para o negócio, com a elevação do rating ESG pela principal agência de classificação de riscos da área, a MSCI. O rating socioambiental da CESP neste trimestre passou de BBB para A, em uma escala AAA-CCC, reiterando que este é o segundo upgrade deste índice nos últimos 18 meses.

Cumprindo determinação das autoridades federais que regulam o setor elétrico, a CESP está reduzindo a vazão defluente da UHE Porto Primavera como forma de preservar o estoque de água das usinas com reservatórios de acumulação localizadas à montante, mantendo a governabilidade da cascata hidráulica no período seco.

Todo o processo está sendo conduzido de forma controlada e monitorada constantemente, com envio de relatos para os órgãos ambientais e regulatórios, seguindo Plano de Trabalho aprovado e acompanhado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e pelo Ministério das Minas e Energia (MME).