Melhora na eficiência energética do setor de saneamento passa por atualização de equipamentos

João Monteiro – 29.04.2022 – Especialista da WEG aponta que motores elétricos são responsáveis por 68% do consumo elétrico do setor 

Para o setor de saneamento melhorar sua eficiência energética, é necessária a atualização de seu parque de equipamentos. A afirmação é de Wagner Setti, relações institucionais e governamentais da WEG, que participou do Fórum de Saneamento e Recuperação Energética, evento realizado na terça-feira (26/4) de forma online e presencial em São Paulo (SP). 

De acordo com ele, os motores elétricos respondem por 68% do consumo elétrico do saneamento e, com o parque antigo de equipamentos, isso acaba trazendo um desperdício de energia. Considerando todos os setores, o Brasil conta com 20,8 milhões de motores elétricos, sendo que 11,6 milhões tem mais de 19 anos de uso. 

“A eficiência energética passa pela atualização do parque de equipamentos e a digitalização, sem deixar de atualizar processos para melhorar eficiência”, afirmou o especialista. Segundo Setti, as oportunidades estão nas substituições de motores e até no redimensionamento do tamanho deles para projetos, que podem melhorar em 9% a eficiência energética, além de reduzir os custos de manutenção. 

Cerca de 70% dos motores instalados em todas as indústrias (incluindo o setor de saneamento) podem se beneficiar das duas iniciativas. Indo mais além, inserindo a automação de processos permitida por equipamentos mais novos, seria possível melhorar a eficiência em até 60%. 

Transformação digital 

A digitalização do setor também foi abordada por Glauco Montagna, diretor SAM do Segmento Saneamento da Schneider Electric. Ele apontou que a jornada é longa para as empresas de saneamento e que pode ser separada em três etapas: 

  • Iniciantes: empresas que estão nessa fase enfrentam questões de falta de equipamentos inteligentes e até capacidade de medição de consumo de energia. O processo, portanto, tende a ser bem mais próximo ao tradicional. 
  • Em processo: quem já está um passo à frente das iniciantes já consegue otimizar alguns de seus processos, enquanto começa a obter mais insights sobre a gestão de seus ativos. 
  • Maduras: ao fim da digitalização, elas podem chegar em um ponto de contextualização e viabilidade de monitoração de toda sua infraestrutura, buscando eliminar perdas de água. Já a manutenção de ativos se torna preditiva, aumentando a eficiência. Segundo Montagna, algumas empresas no Brasil já estão nesse nível.