Para Huawei, 5G trará mais impacto no B2B e não tanto para o consumidor

Redação – 30.08.2023 – O ponto positivo é que a velocidade na ativação supera as regras estabelecidas no leilão da Anatel 

Para a Huawei, o Brasil está em uma boa posição na implementação do 5G, visto que as operadoras estão acelerando as ativações e indo mais rápido do que o estipulado nas regras do edital da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). No entanto, o foco não tem sido tanto no consumidor final, mas sim no mercado B2B. 

Carlos Lauria, diretor de Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios da Huawei, aponta que as operadoras estão cobrindo as capitais com mais antenas e o avanço é grande, apesar de ser só o início. Para ele, o esforço demonstra a maturidade do mercado em relação à percepção sobre a importância da transformação digital para a economia brasileira. Com o 6G chegando por volta de 2030, não há tempo a perder. 

Por isso, o foco ainda não é totalmente o consumidor final. “O atual momento mostra uma tendência já vista nos padrões anteriores de conectividade. Percebemos que as gerações ímpares estão mais voltadas para o B2B e as pares para o B2C”, refletiu. “A conjuntura atual está orientada para a demanda crescente por redes de alta capacidade pelas empresas, necessárias para a automação dos modelos operacionais e a densificação de dispositivos de Internet das Coisas (IoT).” 

Para ele, o momento é de transformação digital para as indústrias, os governos e as instituições, o que afeta seus modelos de produção, organização e prestação de serviços. O foco do 5G no mercado corporativo será fundamental para acelerar a criação de novas e inovadoras soluções para o consumidor final. 

Agronegócio precisa do 5G para manter liderança 

Apesar do bom cenário, há ainda desafios que merecem atenção dos gestores públicos e das empresas que compõem o ecossistema de telecomunicações do País. A agricultura de precisão é um dos modelos de negócios que podem se beneficiar com o 5G, o desafio é chegar até lá. 

No horizonte, por exemplo, estão colheitadeiras autônomas que podem, através de sensores, enviar dados em tempo real para centrais de controle que fazem correções e avaliam o desempenho da máquina com precisão milimétrica. 

O executivo da Huawei diz que os satélites podem complementar, mas não substituem a conexão terrestre. “Assim como surgiram políticas públicas para o 5G, a Huawei acredita no esforço conjunto entre empresas e governos para estimular a conectividade no campo”, defende. 

Não é exatamente falta de recursos que o agro enfrenta. “Assim como o leilão do 5G, está na hora do governo elaborar políticas setoriais que garantam ao Brasil a manutenção da excelência no agronegócio e em outros setores. A Huawei quer ajudar nesse processo”, finalizou Carlos Lauria.