Petrobras desenvolve novos tipos de asfalto para diminuir pegada de carbono

Redução – 31.08.2023 – CAP PRO AP permite maior uso do RAP, enquanto CAP PRO W emite menos gases de efeito estufa 

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção de asfalto no primeiro semestre de 2023 cresceu 17% em comparação ao ano passado. De olho nesse mercado e em uma forma de diminuir a pegada de carbono do segmento, a Petrobras desenvolveu duas novas linhas de asfalto. 

Como explicou Marcelo Thumé, analista de Comercialização e Logística da Petrobras, durante o Workshop Asfaltos, promovido na terça-feira (29/8) pela ANP, a primeira delas é o CAP PRO AP 70/85, voltado a fomentar o uso do material asfáltico reciclável (RAP, na sigla em inglês). 

“Ele já sai da refinaria com a penetração 70/85 sem nenhum agente rejuvenescedor”, garante Thumé. Além disso, ele promove 25% de economia de ligante e 19% em materias agregados. 

Já o CAP PRO W 30/45, que também pode incluir RAP, é um warm mix asphalt (WMA), um asfalto que trabalha em temperaturas reduzidas, o que gera economia de energia em todas as etapas do processo de pavimentação. A intenção aqui é diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no processo de usinagem. 

Como disse o analista, o PRO W pode diminuir a temperatura de usinagem em até 40° C, sem nenhuma de alteração de equipamentos ou processos de pavimentação. Testes em abril deste ano mostraram que essa linha conseguiu reduzir em 65% a emissão de GEE muito pela redução da temperatura. 

Outro ponto positivo é a redução da exposição a hidrocarbonetos cai a 75%, o que diminui os efeitos na saúde dos trabalhadores. Ainda há ganhos financeiros, como 35% a menos consumo de energia e redução do custo total do processo.  

Especificações precisam ser atualizadas 

Ainda em sua apresentação, Thumé disse que é necessário adequar as especificações da ANP sobre o asfalto. A Petrobras deseja usar outros tipos de petróleo que não o marinho na composição de suas ofertas e visa poder usufruir do pré-sal nesse mercado também. 

O analista diz que um percentual dessa produção já é usado hoje, mas precisa de uma nova especificação se quiser usar mais do pré-sal na mistura. Ele defende que há uma necessidade para isso, já que o mercado de asfalto tem crescido. 

Thumé ainda lembra que o CAP tradicional não aguenta mais a realidade das estradas brasileiras, que tem maior tráfego e enfrentam mais cargas. Além disso, as mudanças climáticas, que afetam a temperatura média global e influenciam eventos climáticos extremos, também precisam ser levadas em conta. 

Segundo ele, uma especificação por desempenho está em processo de construção pela Petrobras e outros atores do segmento.