Como o 5G vai impactar o mercado de equipamentos

Redação – 26.09.2023 – Com mais conectividade, é esperado que máquinas possam gerar mais dados e trazer maior controle sobre seu estado

A implantação da tecnologia 5G já está proporcionando uma velocidade de internet mais rápida e com maior conectividade, abrindo espaço para a Internet das Coisas (IoT) em ambientes abertos. No mercado de equipamentos pesados, como escavadeiras e tratores, a expectativa é de que traga maior controle sobre a produtividade dessas máquinas e a operação remota.

Vinícius Callegari, cofundador da GaussFleet, explicou os impactos da conectividade no setor durante o webinar “O avanço da conectividade nos equipamentos”, realizado pela Sobratema. Com maior conectividade, será possível ter dados para controlar produtividade, combustível, manutenção e segurança das máquinas.

Claro que tudo vai depender da integração das plataformas. Atualmente, há dois níveis de integração: a utilização de hardwares para realizar a busca de informações na rede CAN (principal rede de comunicação dos veículos) e o uso de uma API disponibilizada pelos fabricantes para integração em um hub.

“O primeiro possui maturidade alta no país, enquanto o segundo ainda deve acontecer. A integração de API de fabricantes exige o entendimento sobre a latência de dados e a padronização de entrega desses dados”, acrescentou. Somente com ela será possível controlar a medição de contratos e a logística inboud, que possibilita realizar o planejamento, a solicitação, a programação e a execução das máquinas aplicadas na operação.

Sobre o futuro, Callegari avaliou que essa área está caminhando para a liberação das APIs pelos fabricantes, que resultará em um nível de análise ainda maior, possibilitando entregar informações com maior valor agregado aos clientes. “Em algum momento, as APIs serão liberadas e as informações serão destinadas a uma plataforma, que fornecerá dados em um nível mais elevado.”

Operação de equipamentos remotos

A conectividade também é fundamental na operação remota de equipamentos. De acordo com Francisco Muradas Lorenzo Neto, gerente de engenharia, desenvolvimento e pós-venda da Sitech, para se ter esse tipo de operação, é preciso ter um planejamento robusto e investimentos em TI, alta conectividade da rede, conhecimento especializado em rede, infraestrutura de TI e operação, e treinamento da equipe operacional.

O uso do 5G deve permitir que a operação remota de aparelhos seja possível no futuro. Hoje, no entanto, a pouca disponibilidade da tecnologia fora dos grandes centros ainda torna inviável seu uso. Em um caso de sucesso da Sitech, por exemplo, a opção foi conectar roteadores com fibra óptica.

A operação remota, que atualmente pode ser feita por controle remoto, estação remota e de modo semiautônomo, deve caminhar, na visão de Neto, para as máquinas autônomas e para as obras e operações autônomas, no qual poderá ser utilizada a infraestrutura já criada para, por exemplo, as atuais operações remotas.