Deficit na construção civil chega a 30 mil postos de trabalho

Redação – 23.11.2023 – Falta de mão de obra já afeta o mercado da construção civil, que vê outras opções de infraestrutura ganhar espaço

Levantamento do Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de São Paulo), aponta que o setor tem um deficit de 30 mil postos de trabalho para atender ao mercado imobiliário. A diferença em 13 anos é ainda maior já que, em 2010, a construção civil tinha 3,2 milhões de empregados diretos no País, enquanto hoje conta com 2,7 milhões de trabalhadores em um momento de alta demanda imobiliária, como aponta a Inovahouse,

De acordo com Aleh Bossan, CEO da Inovahouse, franquia especializada em steel frame, a falta de mão de obra na alvenaria é generalizada, ou seja, em quantidade e em qualidade. “Hoje, o filho do pedreiro não é pedreiro. Isso diminuiu consideravelmente a mão de obra disponível e aumentou o custo da construção.” Além disso, Bossan destaca que a construção por alvenaria gera custos diretos e indiretos, por exemplo, se o prazo da obra atrasar, se mantém os gastos com vigia, equipe de engenheiros, equipamentos etc.

A empresa afirma que mestres de obra, pedreiros, eletricistas, carpinteiros e até engenheiros estão próximos da escassez. Além disso, a construção não está atraindo novos talentos na proporção que a demanda exige. Entre os motivos estão a baixa remuneração e o dia a dia nos canteiros de obra: trabalho sob sol, chuva, poeira e com máquinas pesadas.

Impactos em novos negócios

Com isso, há impactos em novas formas de construção, como o da Inovahouse. Dados da Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM), em parceria com o Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), mostram que o segmento apresentou faturamento de R$ 10,6 bilhões em 2020, crescimento de 49,3% em relação a 2019. A produção atingiu o número de 1,03 milhões de toneladas em 2020.

O steel frame, também conhecido como construção a seco ou modular, é uma das opções de industrialização que vem ganhando força no Brasil. O CEO da Inovahouse conta que praticidade desse modelo construtivo tem gerado novos postos de trabalho, mais agilidade nas obras e atraído profissionais da alvenaria. “As paredes saem prontas da indústria, com todas as instalações elétricas e hidráulicas, bem como vãos de janelas e portas com caixilhos”.

Segundo Bossan, no steel frame, para montar a casa só é necessário uma parafusadeira. As paredes saem do caminhão para a fundação. “É como se fosse o Lego da construção: você encaixa as estruturas, paredes e cobertura. Depois faz o acabamento. É rápido, eficiente e tem baixo custo de equipe de mão-de-obra para o cliente final”, finaliza.