Para Feninfra, postergar desoneração da folha é “suicídio econômico”

Redação – 28.11.2023 – Presidente da entidade rebate afirmação de que a medida não gerou empregos e que os 17 setores fazem “chantagem”

A Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra) diz que será um “suicídio econômico” a proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para evitar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento dos salários.

Hoje (24/11), Haddad pediu para as empresas esperarem pela votação da reforma tributária e da Medida Provisória (MP) 1.185 – além de outras medidas alternativas preparadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vetou a prorrogação da desoneração.

Vivien Mello Suruagy. presidente da Feninfra, diz que a vigência da atual desoneração termina em 31 de dezembro. “As empresas já deveriam estar se planejando para o próximo ano, inclusive sobre a quantidade de mão de obra necessária. Postergar ainda mais essas decisões seria terrível. Por isso, defendemos a derrubada pelo Congresso do veto do presidente Lula à prorrogação da medida até 2027 para os 17 setores que mais geram emprego no País”, disse a dirigente.

Haddad informou que apresentará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva medidas alternativas ao fim da desoneração da folha de pagamento. Em pronunciamento nesta sexta-feira, ele não antecipou quais são essas iniciativas, já que ainda não foram apresentadas a Lula. “Não podemos ficar nesta indefinição, à espera de medidas que nem sabemos quais são”, afirmou Vivien Suruagy.

Para a presidente da Feninfra, o ministro da Fazenda equivocou-se quando declarou que a desoneração não gerou empregos desde que foi implementada, em 2011, pelo governo de Dilma Rouseff. “É só fazer as contas corretamente. Com menos impostos, as empresas reduzem os custos e ganham capacidade de investimento para fazer contratações”, explicou.

“Os custos com a folha triplicarão sem a desoneração e as empresas enfrentarão dificuldades econômicas. Não podemos colocar em risco o emprego dos trabalhadores. Apenas na área da Feninfra, 400 mil postos de trabalho podem ser extintos em dois anos sem a desoneração. Além disso, os investimentos em conectividade podem ser afetados se as empresas do setor entrarem em crise e perderam a capacidade de investimento”, complementou.

A presidente da Feninfra também rebateu a afirmação do ministro que os 17 setores estariam fazendo “chantagem” ao pedir a prorrogação da desoneração. “Não é chantagem defender a manutenção e geração de empregos. Tema, aliás, que sempre esteve na pauta do presidente Lula em seus governos e com o qual se elegeu na última eleição. A grande maioria dos parlamentares apoia a desoneração e, por isso, acreditamos que o veto será derrubado no Congresso”, finalizou.