Fundadores da Gol vão operar trem SP-Campinas junto com estatal chinesa

Redação – 06.03.2024 – Chinesa CRRC e Comporte Participações já têm experiência com setor de transporte e formam consórcio responsável pela operação de três linhas ferroviárias

A licitação para construção e operação do Trem InterCidades (TIC) Eixo Norte – que vai ligar Campinas a São Paulo em um trajeto de 101 quilômetros – foi vencida com proposta única pelo Consórcio C2 Mobilidade sobre Trilhos. Ele é formado por duas empresas, a estatal chinesa CRRC e o grupo brasileiro Comporte, que também vão operar a Linha 7-Rubi e o chamado Trem Intermetropolitano (TIM), serviço parador entre Francisco Morato e Jundiaí com 44 quilômetros de extensão.

A Comporte Participações S.A. pertence à família Constantino, que é mais conhecida pela fundação da Gol Linhas Aéreas, que já foi vendida para outro grupo. Atualmente, a Comporte controla diversas empresas que atuam no setor de transporte rodoviário, como as viações Piracicabana, Princesa, Expresso de Prata, Expresso Caxiense, entre outras empresas. Obviamente, nenhuma que faça o trecho entre Campinas e São Paulo.

O grupo da família Constantino também tem operações em mobilidade urbana. Uma delas é a BR Mobilidade Baixada Santista, que opera o sistema de cartões do transporte público entre as cidades na região de Santos (SP). A outra é a concessão é a concessão do metrô de Belo Horizonte (MG).

Em 2023, a empresa atingiu R$ 2,9 bilhões em receita líquida, 18% a mais que em 2022, segundo consta em seu relatório de resultados financeiros. No documento, a Comporte afirma que tem uma frota de mais de 6 mil veículos e atende um total de 80,7 milhões de pessoas em cerca de 70 cidades.

Estatal chinesa

A CRRC é uma fabricante de trens e materiais ferroviários que já atendeu a SuperVia, no Rio de Janeiro, e o metrô carioca, mas se envolveu em polêmicas em 2019, quando 40 de seus trens foram retirados de circulação por problemas na caixa de tração. Em São Paulo, a CRRC entregou trens da série 2500 da CPTM.

A chinesa é considerada uma das maiores empresas do mundo, com uma receita anual de US$ 37,8 bilhões. Na lista dos países que já compraram trens fabricados pela companhia, estão: Alemanha, Suíça, Japão, Estados Unidos, México, Portugal e Turquia. Devido a disputa comercial iniciada pelo ex-presidente estadunidense Donald Trump, a companhia não atende mais o mercado dos Estados Unidos. Lá, há uma lei que proíbe o uso de recursos federais para a compra de vagões fabricados por estatais chinesas.

Fonte: UOL