Para executivo da Aggreko, ainda há espaço para termelétricas no Brasil

Redação – 08.03.2024 – Cristiano Saito ressaltou a importância das usinas térmicas no atendimento de potência, fundamental para garantir a estabilidade do sistema elétrico em momentos de saída dos renováveis

O Welcome Energia, evento que ocorreu no último dia 28 de fevereiro em Brasília (DF), reuniu os principais líderes, autoridades públicas, especialistas e executivos do setor energético para discutir sobre a expansão da geração elétrica e os avanços rumo à transição que o setor vem passando. No entanto, ainda há quem defende o uso de usinas térmicas, como é o caso de Cristiano Saito, líder de desenvolvimento de negócios, projetos complexos e transição energética da Aggreko.

Ele ressaltou a importância das usinas térmicas no atendimento de potência, fundamental para garantir a estabilidade do sistema elétrico em momentos de saída dos renováveis – fenômeno conhecido como Curva de Pato; e para os sistemas isolados, nestes podendo ser associados a plantas fotovoltaicas e sistemas de armazenamento de energia. Enfatizou, ainda, a importância de incentivos para reduzir as emissões de carbono e aprimorar a confiabilidade e segurança energética do País.

Saito ressaltou que os próximos anos serão decisivos para iniciar a transição de combustíveis fósseis para fontes de baixo carbono, enfrentando o desafio da mudança climática com custos aceitáveis e impactos mínimos na população. Nesse contexto, a hibridização, que combina diferentes fontes de energia, emerge como uma solução promissora para os desafios dos sistemas isolados brasileiros.

Além disso, ele mencionou o potencial transformador do armazenamento de baterias para a integração de fontes renováveis intermitentes, como a solar e a eólica, na matriz energética brasileira. As baterias permitem armazenar o excedente de energia gerada durante períodos de alta produção e fornecê-la quando a demanda é maior, garantindo a confiabilidade e segurança do sistema elétrico.

“No Brasil, temos uma das energias elétricas mais limpas do mundo, de base hidrelétrica, mas com crescente participação da geração eólica e solar. Ao integrar as baterias e usinas solares renováveis à usinas dos sistemas isolados, podemos otimizar a penetração de renováveis, reduzir custos e mantendo a segurança energética nestas localidades, não conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) do país”, disse Saito.

Investimentos no Brasil

O Brasil, que se destaca como o sexto maior investidor do mundo com investimentos de aproximadamente US$ 34,8 bilhões em 2023, segundo a BloombergNEF. Essa verba impulsiona o desenvolvimento de energias renováveis, veículos elétricos, hidrogênio, captura de carbono e outras soluções inovadoras.

Em meio a esse cenário, Saito concluiu que o Brasil, com uma das energias elétricas mais limpas do mundo, está diante de uma oportunidade crucial para liderar o caminho rumo a um futuro mais limpo e resiliente. “O Brasil tem a oportunidade de se tornar um líder global na produção de energia limpa, mas precisamos garantir que o fornecimento de energia seja confiável e com custos competitivos, criando assim um futuro energético que pode servir de exemplo para todo o mundo.”

O executivo também falou sobre os leilões de reserva de capacidade, que formam um pilar fundamental para a transição energética brasileira. Este modelo de contratação permite a entrada de usinas flexíveis – sejam termelétricas, repotenciação de hidroelétricas ou renováveis com sistemas de armazenamento associados, de foram a garantir potência no momento que renováveis intermitentes não estejam gerando e capacidade adicional em momentos de estresse do sistema, como em secas, como a vivida em 2021.