Transportadora de cimento da Votorantim ultrapassa R$ 1 bi de receita

Redação – 30.04.2024 – Com expansão comercial e investimento em tecnologia, a transportadora digital projeta crescimento de 30% em 2024 em sua receita

A Motz, transportadora do grupo Votorantim Cimentos, registrou uma receita líquida de R$ 1,172 bilhão em 2023, valor 13% maior em relação a 2022. Além do crescimento em faturamento, a empresa atingiu a marca de mais de 19 milhões de toneladas de volume transportado, superior a 25% com relação ao ano anterior.

A empresa foi expandida para o mercado em 2022 – antes, atendia apenas a operação da Votorantim Cimentos – e, em dois anos de faturamento, já bateu a marca de 400 clientes e quase quintuplicou o número de funcionários, passando de 32 para 140. Fatores como ampliação da participação da base de clientes nos segmentos agrícola e de construção civil, bem como atração de motoristas parceiros, estão por trás do sucesso, segundo a Motz.

Para 2024, o foco será em crescer aproximadamente 30% da receita líquida e 35% da base de motoristas, que hoje somam 55 mil. Criada em 2020 pela Votorantim Cimentos, a Motz se considera uma transportadora digital, por ter um sistema de operação “uberizado”.

Mercado de cimento em 2024

A indústria brasileira de cimento registrou 14,3 milhões de toneladas em vendas no primeiro trimestre, o que representa um recuo de 3,5% em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC). Em março, a queda foi ainda mais acentuada, de 10,6% frente ao mesmo mês de 2023, com 4,9 milhões de toneladas comercializadas do produto.

Na comparação por dia útil (melhor indicador que considera o número de dias trabalhados e que tem forte influência no consumo de cimento), as vendas do produto registraram 216,2 mil toneladas em março, uma queda de 1,6% em comparação a fevereiro e de 0,5% em relação a igual período de 2023. Assim, o resultado trimestral apresentou uma redução de 1,1% ante os três primeiros meses de 2023.

Como resultado, a confiança da construção caiu em março, influenciada pela dificuldade de acesso ao crédito e a falta de mão de obra. No entanto, o setor se manteve otimista em relação à demanda dos próximos meses, em especial o segmento de preparação de terrenos, que antecede o ciclo de produção. Assim como as empresas do segmento de Infraestrutura e Obras Residenciais, que chegaram ao fim do primeiro trimestre com os maiores índices de confiança.

O anúncio da retomada das contratações do Programa Minha Casa, Minha Vida para as famílias enquadradas na Faixa 1 (com renda mensal de até R$ 2.640), os investimentos dos estados em programas de habitação e a nova solução para financiamento imobiliário apresentada pelo governo, o FGTS Futuro, apontam uma perspectiva de melhora nas vendas de cimento para o segundo semestre.