Alumínio torna transporte marítimo mais sustentável

Da Redação – 26.05.2015 – 

A cada 10% de redução de peso nas embarcações, se alcança de 5% a 7% de economia de combustível, segundo Abal.

O Estaleiro JC, que trabalha principalmente com navios de lazer de alto padrão, de 70 a 100 pés, utiliza laminados de 2, 3, 4 e 5mm de liga 5052 de alumínio, além de tubos e cantoneiras. Já para a Alegra Náutica, que tem como foco barcos comerciais pequenos, de 20 a 30 pés, usados pelas forças armadas, barcos de pesca e para turismo ecológico, a as chapas de 2 e 3mm de liga 5052, e perfis de casco e balaustrada são as partes em alumínio. Ambas as empresas ficam em Manaus (AM) e têm o alumínio fornecido pela Belmetal.

De acordo com a Associação Brasileira de Alumínio (Abal), o setor de transportes é o maior consumidor de alumínios no Brasil e a redução de peso – que proporciona menor consumo de combustível – é um dos motivos.

No setor automotivo, por exemplo, cada 10% de redução de peso nos automóveis pelo representa aumento de 5% a 7% em eficiência de combustível.

Voltando ao transporte hídrico, Peter Herzog, sócio proprietário da Alegra Náutica, diz que o uso do produto nas embarcações, além de reduzir o consumo de gasolina, elimina a necessidade de motores de maior potência. Ele ainda garante que, entre outras vantagens do metal produzido com a bauxita, estão durabilidade, praticidade e baixo investimento inicial na fabricação dos barcos.

A Belmetal fornece para a Alegra, anualmente, 25 toneladas de chapa e oito toneladas de perfis de casco e balaustrada. “Esse consumo atende 30% das nossas necessidades. Produzimos uma média de 250 embarcações anuais.”, diz Peter Herzog. Para o Estaleiro JC, a Belmetal fornece, por ano, um volume médio de 40 toneladas de laminados, e cerca de 12 toneladas de tubos e cantoneiras.

Expertise mundial
Construído em 1891, na França, o iate motor de 12 metros de comprimento “Mignon” foi a primeira embarcação marítima em alumínio. Na Inglaterra, o primeiro navio motorizado foi “Diana”, com aproximadamente 17 metros, construído em moderna liga de alumínio de grande resistência. Ela foi usada pela Marinha Real durante a Segunda Guerra Mundial e, durante os anos 60, ainda estava em uso. Hoje, a indústria brasileira tem empregado o metal em automóveis, ônibus, caminhões, aviões, trens e barcos, e os benefícios ultrapassam a economia de combustível, conforme explica o gerente de indústria da Belmetal, Hélio Silva. “Atualmente, 50% do alumínio usado na fabricação de veículos vem da reciclagem, processo que consome apenas 5% da energia necessária para produção do alumínio primário”, completa.

Segundo trabalho de “Análise da Topologia Estrutural e sua Influência no Custo de Fabricação do Casco de Catamarãs em Alumínio”, escrito por Rafael Lins Cosentino, para a Universidade Federal do Rio de Janeiro, dependendo das características de porte e de operação da embarcação, o alumínio se apresenta como a escolha de material mais eficiente para a fabricação do casco.

“Nos anos recentes, a utilização do alumínio tem sido crescente em diversos setores de construção naval. Para que o maior custo com a construção em alumínio seja justificado, a embarcação deve possuir uma topologia estrutural eficiente, ou seja, deve-se alcançar uma solução de projeto que satisfaça os requisitos de resistência estrutural, empregando-se a menor quantidade de material possível.”, diz.