Andrade Gutierrez avança na adoção de BIM

Redação – 17.12.2020 –

A construtora Andrade Gutierrez está completando três anos de um planejamento dedicado para a aplicação de sistemas de modelagem de construção (BIM, da sigla em inglês) em suas obras. Hoje, a empresa diz ter esse plano consolidado, inclusive com casos reais de aplicação.

O mais vistoso está no Parque Solar do Ceará, que apesar da modelagem em 3D ter sido iniciada tardiamente, será o primeiro parque solar do Brasil a ser totalmente feito – do projeto à obra – em BIM. Essa construção deve ser finalizada em abril de 2020.

“A contratante não exigiu nada em BIM, mas, por uma diretriz da AG, o projeto está sendo executado desta forma, visando ao final do contrato termos todas as informações concentradas e atualizadas no modelo digital de projeto e permitindo uso na fase de Operação e Manutenção do parque solar, sem nenhum custo extra fosse adicionado ao contrato”, informa a construtora.

O planejamento da Andrade Gutierrez

Há três anos a Andrade Gutierrea destacou uma equipe para estudar e implantar tecnologias de BIM. Nomeado “BimAGine”, uma nova metodologia que deveria ser implementada de forma a imaginar a integração de todos os setores e os mais de 70 anos de experiência da construtora. Entre outras iniciativas, o plano incluiu um evento para que toda a empresa entendesse o peso do BIM e seu movimento sem volta.

“Toda implementação de BIM tem três pilares básicos: processos, pessoas e tecnologia. A tecnologia Autodesk foi selecionada por alguns benefícios e a interoperabilidade que a plataforma permite. Ou seja, mesmo que outras ferramentas de tecnologia sejam usadas, a plataforma Autodesk permite que elas conversem entre si”, diz Erik Vinicius de Aquino Santos, gerente de implantação de processos digitais e BIM na Andrade Gutierrez.

Pesquisa indica que 7 em cada 10 construtoras brasileiras deverá adotar o BIM até 2022

Segundo ele, um roadmap de implantação foi criado em 2018 e, em 2019, foram feitos diversos treinamentos e palestras para desmistificar a adoção da nova metodologia. O BIM então foi usado em pilotos de obras como uma forma de testar a inovação na prática. “Apesar do choque de realidade inicial, operacionalmente o BIM foi muito bem recepcionado pela equipe interna”, diz Erik.

Ele salienta que houve dificuldade inicial de entendimento do novo processo, mas todo o ecossistema da empresa, interno e externo, entendeu que essa mudança seria benéfica e vantajosa. “A gestão das empresas projetistas contratadas por nós também foi uma questão que consideramos, uma vez que a partir de agora exigimos que elas trabalhem com a metodologia”, diz.

O futuro
O próximo passo da Andrade Gutierrez, já incluído no plano dos próximos três anos, é a implantação do BIM 360 Build, para levar digitalização ao canteiro de obra.  Há também uma equipe que estuda a implantação do BIM 5D que, além dos dados extraídos referentes a obra em si, fornece orçamento mais acurado de cada projeto.