Brasil é o quarto maior gerador de resíduos sólidos no mundo

Da redação – 05.10.2016 – 

Cerca de 219 mil toneladas diárias colocam o país entre os top ten do lixo, mas somente 40% dos municípios enviam o material coletado para aterros sanitários adequados.

Os brasileiros geram quase 80 milhões de toneladas anuais de resíduos sólidos, dos quais 90% são coletados pelas empresas de limpeza urbana contratadas pelas prefeituras, a maior parte segue direto para os chamados lixões. Os dez por cento não coletados estão em locais onde provavelmente os caminhões não conseguem entrar.

Os dados foram apresentados ontem, em São Paulo, pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), que atualizou as informações do segmento até o ano passado em seu anuário sobre o segmento. Mesmo com altos índices de coleta, somente 40% dos resíduos são enviados aos aterros sanitários com infraestrutura adequada para a captação do chorume e queima do gás metano liberado pelo material.

Construção gera pelo menos 45 milhões de toneladas/ano de entulho

“O Brasil ainda não encontrou o caminho para uma gestão adequada dos resíduos sólidos”, avalia Carlos Silva Filho, diretor-presidente da Abrelpe. De acordo com ele, cerca de 76 milhões de brasileiros sofrem com problemas de saúde por morarem em áreas próximas a lixões.

Carlos argumenta que os investimentos em limpeza urbana, incluindo a construção de aterros sanitários com infraestrutura adequada, ainda são muito pequenos. O executivo cita o estudo realizado em 2915 pela entidade, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o qual mostrou que o investimento ideal para os recursos de limpeza urbana é de R$ 16 por habitante. Na prática, a Abrelpe acredita que o valor seja de R$ 10 per capita. Para chegar o índice ideal, o estudo considerou o dinheiro necessário para limpeza das ruas, coleta seletiva e a compra dos equipamentos. “A demanda é muito maior do que se investe”, finaliza Carlos.