Brasil fecha o ano com queda de 30% na demanda por fibra óptica

Por Nelson Valêncio 01.09.2016 – 

Avaliação é do presidente da Furukawa Industrial, Foad Shaikhzadeh. Ao contrário do país, demanda por fibra de qualidade e com baixa latência é muito alta no mundo.

Na avaliação do principal executivo brasileiro da Furukawa, vai faltar fibra óptica. Mas não é um material qualquer. Segundo ele, estamos falando da principal material prima para a a fabricação de cabos instalados em projetos de interligação de grandes data centers ou em redes submarinas de longa distância. O dueto qualidade e baixa latência é fundamental. Um exemplo recente foi a interligação – feita por um provedor de data center – de bolsas de negócios de Chicago e Nova York. Em função da diferença de milissegundos na latência de cabos ópticos submarinos (a favor do material) eles foram escolhidos para a rede óptica entre os centros de dados. A aplicação incomum explica o porquê do mercado aquecido.

No Brasil, por outro lado, Foad avalia que a retração da demanda seja por volta de 30%. Ou seja, em vez dos 5,2 milhões de km de fibra óptica registrados em 2015, o país feche com algo entre 3,8 milhões de km e 4 milhões de km. O freio foi puxado pela combinação explosiva entre a reestruturação financeira da Oi e a crise geral do país, que afetou as outras operadoras e, inclusive, os maiores provedores regionais (ISPs), que vinham aquecidos. A fábrica da Furukawa, segundo Foad, opera com entre 70% e 80% de sua capacidade (as duas outras na região, na Argentina e na Colômbia, trabalham a carga total, mas não menores).

Furukawa lança e-commerce focado em provedores regionais (ISPs)

De olho no mercado externo, a unidade brasileira trabalha para ampliar a fatia de exportação para 50%, dos quais a grande maioria 40% continuam focados na América Latina e os 10% restantes seriam direcionados para mercados em desenvolvimento da África, Oriente Médio e Sudeste da Ásia.