Capacete de segurança inteligente é a novidade em mineração

Nelson Valêncio – 16.09.2021 – A tecnologia tem um tempo de avanço próprio, que muitas vezes pode ser acelerado ou desacelerado. A pandemia, dizem os especialistas, adiantou muito do roadmap de inovações. E é verdade. A retomada do trabalho presencial, a que tudo indica, não será nos mesmo padrão pré-pandemia. E em 100% no modo home office, porque, convenhamos, somos animais sociais. O meio termo deverá ser a norma, um híbrido entre o presencial e o remoto. Mas, para algumas ocupações, o trabalho em campo não ainda será a norma.

É o caso da mineração, da construção civil, das operações em plataformas de petróleo no mar, entre outras. Para esses universos, uma novidade lançada nessa semana na MINexpo, feira do setor mineral que acontece nessa semana em Las Vegas (EUA), cai sob medida. Estamos falando no capacete de segurança da Caterpillar (Cat), um dispositivo de segurança que parte de uma ideia comum e já aplicável e avança para ser um equipamento vestível e conectado. O capacete de segurança possui um chip GNSS integrado, que informa a localização precisa de quem está o está usando.

O equipamento, resumidamente, incorpora recursos de rastreamento e comunicação e deve estar disponível no primeiro trimestre de 2022, pelo menos no mercado dos Estados Unidos. Segundo a Cat, ele combina tecnologia vestível e inteligente com o poder da análise. O resultado seria agregar mais segurança aos trabalhadores em campo. O sistema foi desenvolvido pela GuardHat e tem o nome comercial de Connected Worker.

Tecnologicamente, a nova tecnologia consiste em três componentes principais: o hardware vestível, o software que captura e relata dados e uma plataforma de Internet das Coisas (IoT) que recebe relatórios de campo e alerta os trabalhadores sobre potenciais riscos à segurança. O sistema comunica ordens de evacuação, detecções de queda, sinais SOS e violações de geocercas. Possui bateria de íon de lítio, que dura 8-12 horas e pode ser facilmente substituída.

A parte “vestível” vem em duas formas diferentes: um capacete de segurança HC1, com chip GNSS embutido e que informa onde cada usuário está no local. As empresas que utilizam sistemas Ultra-Wideband também podem rastrear os usuários em ambientes internos, oferecendo rastreamento 3D (longitude, latitude e elevação) para localizar rapidamente os trabalhadores em uma emergência. O capacete possui chamadas de vídeo e áudio, push-to-talk (PTT, sistema de comunicação de rádio) e geofence offline e recursos de gravação.

A novidade da Cat tem concorrentes similares e, segundo a revista Equipment World, o fornecimento de capacetes inteligentes está ganhando força, especialmente no setor de mineração. O SmartCap, agora comercializado pela divisão Wenco International Mining Systems da Hitachi Construction Machinery, ataca um problema de segurança diferente: a fadiga. Ele mede o estado de alerta e a fadiga por meio da análise da atividade cerebral, geralmente chamada de EEG. Pontuações de alerta, alertas de alerta precoce e alarmes de fadiga são fornecidos por meio de um aplicativo de smartphone instalado em dispositivos robustos.

Pra finalizar: a digitalização caminha rápido na indústria de mineração, o que é uma surpresa para quem alimenta a ideia de que ela seja um setor mais atrasado. Para quem conhece o mercado, não é surpresa.