China quer liderar a corrida por energia limpa

Da Redação – 21.03.2015 –

Em 2015, a China aportou em energias limpas duas vezes e meia o que a União europeia investiu. Ao mesmo tempo, o consumo de carvão no país está em declínio e isso pautou o “dragão” em seu 13º Plano Quinquenal, aprovado na semana passada pelo Congresso Nacional do Povo em Pequim. Entre outras ações, o governo chinês visa reduzir a produção de carvão em 20% ao longo dos próximos três anos, fechando 4,3 minas e relocando um milhão de trabalhadores.

Nesse plano, a China pretende acelerar a sua transição para uma economia de baixo carbono, com o objetivo de dobrar sua capacidade de energia eólica, triplicar a sua capacidade solar e multiplicar por 10 sua frota de veículos elétricos.

O plano é sustentado por uma estratégia industrial baseada no crescimento de mercados nacionais para enfrentar os desafios ambientais. Ele é apoiado por financiamento preferencial para as empresas verdes, incentivos para que as empresas se fundam dando origem a grandes grupos globais e uma série de novos fundos de investimento internacionais, incluindo o AIIB, One Belt One Road, fundo de África e Fundo Clima. A China também planeja investir mais em P&D do que qualquer outro país no mundo em 2019.

A meta é atender 20% de demanda energética interna com energia limpa até 2030. Isso significa que a China terá de implantar até 1 mil GW de energia eólica, solar, nuclear e outras formas de energia com emissão zero. Este aumento é equivalente a toda a frota elétrica da Europa (908GW).

O Plano Quinquenal foi publicado na mesma semana em que a reunião do Conselho Europeu tirou de sua agenda os temas relacionados às mudanças climáticas, apesar dos apelos de alguns países europeus para anunciar um aumento da ambição de corte de carbono, na sequência da CoP21. O Acordo de Paris promete manter o aumento da temperatura global “bem abaixo dos 2 graus” e zerar as emissões líquidas de carbono na segunda metade deste século.