Schwing Stetter vê sinais de recuperação em infraestrutura

Por Nelson Valêncio – 25.08.2017 –

Empresa também finaliza estudo sobre maior vida útil de suas betoneiras em relação aos concorrentes

Fabricante alemã especializada em equipamentos para a indústria de concreto, a Schwing Setter avalia que os primeiros sinais de uma recuperação do setor de construção podem aparecer no horizonte. Um deles é o pacote de concessões e privatizações, anunciado ontem, em Brasília. Para Sílvio Amorim, CEO da companhia, as iniciativas vão, em algum momento, impactar a demanda por concreto.

Economista por formação, Amorim lembra que crise atual tem um tom darwiniano ao deixar o ecossistema de construção com players mais focados. A própria Schwing Setter fez ajustes, com redução de mão de obra e melhor atenção ao pós-venda, incluindo a comercialização de peças e os serviços de manutenção. Assim como outros fabricantes do setor, a companhia amargou a mudança radical da crise.

A queda na venda de betoneiras, por exemplo, foi de 80% entre 2013 e 2016. No mesmo período, segundo Amorim, o segmento como um todo saiu de um cenário de oferta de 2 mil desses equipamentos, em 2013, para somente 300 em 2016.

As mudanças chegaram antes aos clientes, entre as construtoras de grande porte na área de infraestrutura, e as concreteiras, para obras médias e pequenas. No caso das primeiras – em função da paralisação de várias delas – a aposta em melhoria acontece via mercado externo, com destaque para a Colômbia. Aliás, a própria Schwing Setter vai nessa direção – 70% de suas vendas atuais acontecem da Venezuela para baixo.

Já as concreteiras tentam se equilibrar, agora concorrendo ainda mais fortemente entre si, com vantagem para as grandes – ou as mais adaptadas, seguindo o raciocínio darwiniano. Nesse caso, a fabricante alemã tem recebido muitos pedidos para implantação de módulos de bombeamento em caminhões betoneiras. Com esse input, elas ganham musculatura para oferecer os serviços de bombeamento, otimizando a mão de obra.

Ainda a respeito de betoneiras, Marcos Almeida, gerente de Marketing da Schwing Setter, destaca que a empresa finaliza um estudo comparativo que envolve seus equipamentos e os do concorrente. Na avaliação, ele destaca que foram considerados fatores como tipo de material transportado – argamassa, por exemplo, é menos impactante na vida dos caminhões – tipo de obra e outros elementos. O resultado preliminar? As betoneiras da marca teriam uma vida útil de pelo menos quatro anos a mais do que os concorrentes. Darwin de novo?