Com maior demanda na infraestrutura, fabricante de impermeabilizantes espera crescer 20% neste ano

Rodrigo Conceição Santos – 05.04.2019 –

Nas projeções da Dryko, a aplicação de impermeabilizantes representa cerca de 3% do valor de uma obra nova. Se for orçado para um conserto/reforma, há casos nos quais o custo chega a representar 30% dessa mesma obra. É com base nesse potencial de mercado que a empresa comemora 20 anos de atuação em 2019, período no qual planeja ampliar os negócios em 20%. Nesta entrevista exclusiva ao InfraROI, o diretor da Dryko, Raphael Bigio, explica parte desse mercado, tipos de produtos mais utilizados e valida a perspectiva positiva para o futuro.

InfraROI – Qual é o principal mercado consumidor de impermeabilizantes no Brasil?
Bigio –
Eles são usados em obras residenciais e de grande porte (infraestrutura). As obras de infraestrutura, pelo porte, demandam um volume maior de produtos: algo em torno de 60% da nossa produção. As obras residenciais, industriais e comerciais respondem pelos 40% restantes.

InfraROI – Quem especifica são os aplicadores ou os usuários finais (construtores) assumiram essa prática?
Bigio – No geral são os aplicadores, que são contratados pelas construtoras para a execução do serviço e já ficam responsáveis pela compra dos materiais.

Como você enxerga esse mercado atualmente?
Bigio –
A impermeabilização tem sido cada vez mais contemplada em função dos benefícios econômicos e socioambientais que proporciona, pois evita contaminação, danos estruturais e outras questões que geram problemas para o meio ambiente, saúde, segurança e qualidade de vida das pessoas. Se pensarmos nos custos que um vazamento pode trazer à obra, ela também significa economia, uma vez que a impermeabilização representa cerca de 3% do valor da obra (quando concebida no projeto) e chega a representar cerca de 30% do valor da mesma obra se for contemplada por motivo de reparo.

InfraROI – Em que tipos ou partes de obras de infraestrutura os impermeabilizantes são mais utilizados?
Bigio –
As obras de saneamento básico são grandes usuárias. O setor aplica sistemas impermeabilizantes rígidos (argamassa polimérica/termoplástica) para obras de contenção ou armazenamento de água potável, ou também impermeabilizantes à base de epóxi/poliuretano, que são utilizados em estações de tratamento de água e esgoto. Edificações de uso público também devem receber impermeabilização em diversas áreas, principalmente edifícios públicos, estádios, aeroportos, obras externas, entre outras. As áreas onde os impermeabilizantes serão utilizados, no entanto, são as lajes de térreo e cobertura, além de cortinas e quaisquer outras áreas sujeitas à umidade.

InfraROI – E em obras residências?
Bigio –
Igualmente em qualquer área molhada ou sujeita à umidade, como varandas, cortinas, lajes de térreo e cobertura, piscinas e marquises. Nesse mercado, há praticamente dois tipos de soluções: impermeabilizantes rígidos e flexíveis. Os primeiros são vendidos como argamassas industrializadas ou como aditivos para argamassa ou concreto. Esses produtos são incorporados à estrutura com a função de apresentar baixa porosidade e elevada estanqueidade. Como eles não resistem a movimentações intensas, seu emprego se dá principalmente em elementos enterrados, mais estáveis, como proteção contra a umidade proveniente do solo.
Já os sistemas flexíveis são, basicamente, mantas pré-fabricadas ou moldadas no local, que, depois de secas, formam uma membrana protetora. Esses produtos garantem a estanqueidade das estruturas ao mesmo tempo em que, por serem mais elásticos, se adaptam às movimentações a que elas estão sujeitas. Os sistemas moldados in loco são indicados para espaços menores ou de acesso mais difícil, como áreas molháveis e pequenas lajes, onde o uso de mantas asfálticas é contraindicado. As mantas asfálticas são indicadas para estruturas sujeitas a movimentação e fissuras.

InfraROI – Como a Dryko avalia esse mercado atualmente?
Bigio –
Somos uma empresa 100% brasileira que atua no segmento de químicos para obras de infraestrutura e residenciais e prevemos crescimento acima de 20% para 2019. Essa previsão tem como base os resultados obtidos em 2018. Fatores como uma estrutura enxuta e funcional, equipe especializada e logística eficiente fazem com que figuremos entre as principais marcas de impermeabilizantes do país, apresentando rentabilidade acima da média do setor. Investimos mais de R$ 7 milhões de reais nos últimos cinco anos na unidade fabril de Guarulhos (SP) e temos representantes em mais de 20 estados, além de alguns países da América do Sul. Ao todo, temos mais de 90 produtos entre mantas asfálticas (carro-chefe da empresa), fitas asfálticas adesivas, emulsões e soluções asfálticas, argamassas impermeabilizantes, apoios para construção e isolantes térmicos.