Conheça os 10 problemas urbanos de São Paulo

Do DW Brasil – 26.07.2018 – 

Veja as dez maiores dificuldades da capital paulista à luz da Nova Agenda Urbana, iniciativa da ONU vai orientar o crescimento das cidades para tornar os assentamentos humanos mais inclusivos, seguros e sustentáveis.

Mobilidade urbana: Promover sistemas sustentáveis de mobilidade é um desafio para as cidades no novo milênio. Isso não é fácil para uma metrópole de 11 milhões de habitantes como São Paulo, sem esquecer os demais nove milhões na área metropolitana. Além da expansão do metrô e da reestruturação de corredores de ônibus, a adoção do VLT (veículo leve sobre trilhos) poderia facilitar o deslocamento diário do paulistano e reduzir problemas urbanos.

Violência: Apesar de a taxa de homicídios ter caído nos últimos anos em São Paulo, em alguns bairros da cidade, ela ainda é intolerável, ou seja, acima do limite de 10 mortes para cada 100 mil habitantes, estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2014, esse foi o caso de 38 de 93 distritos da cidade, incluindo não somente bairros mais afastados, mas também no centro, como a Sé e o Brás.

Enchentes: Na capital paulista, as chuvas continuam provocando mortes, inundações e deslizamentos. O alagamento de corredores importantes de escoamento de veículos, como as marginais Pinheiros e Tietê, também provoca caos no trânsito e são grandes problemas urbanos. A resiliência a riscos naturais e criados pela humanidade também faz parte da Nova Agenda Urbana do Programa da ONU para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat)

Poluição do ar: Segundo a USP, a poluição do ar será responsável por mais de 50 mil mortes em São Paulo até 2030. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os índices de poluição na cidade são duas vezes superiores ao teto estabelecido para se considerar a qualidade do ar aceitável. Na avaliação de responsáveis pela pesquisa da OMS de 2016, a cidade não conseguiu melhorar sua situação em comparação a 2012.

Poluição sonora: Em São Paulo, a poluição sonora aparece com destaque no ranking das queixas encaminhadas à Ouvidoria Geral do Município. No ano passado, o PSIU (Programa de Silêncio Urbano) recebeu mais de 31 mil reclamações. Até agosto deste ano, já foram mais de 23 mil. As principais vias da cidade têm ruído acima da média. Além da perda de sono, isso pode levar a problemas auditivos e ao estresse.

Falta de moradia adequada: Promover, proteger e assegurar o direito à moradia adequada é outra visão a se tornar realidade. Em São Paulo, no entanto, o crescimento populacional também é acompanhado do aumento de cortiços e favelas, que se expandem verticalmente devido à escassez de área urbana.

Igualdade urbana: Um dos compromissos da iniciativa da ONU é assegurar a igualdade urbana pela provisão do acesso igual de todos à infraestrutura física e social. Hoje, mais da metade da população de São Paulo vive em áreas periféricas, que nos últimos anos só têm ganhado moradores, mas concentram os piores índices de bem-estar urbano, com a menor a oferta de infraestrutura e serviços.

Cracolândia: Um dos grandes problemas urbanos da capital paulista é a expansão das cracolândias, regiões de intenso tráfico de drogas e prostituição. Para o novo prefeito de São Paulo, João Doria, a erradicação dessas zonas aconteceria por meio da internação compulsória. Já o novo documento da ONU prevê “colocar as pessoas em foco e oferecer qualidade de vida para além da mera provisão de infraestrutura e serviço”.

Integração no transporte: Após atrasos, a linha férrea entre o centro e o aeroporto de Cumbica está prevista para ser inaugurada em 2018. Mas o projeto do trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo não saiu do papel. Ele permitiria um acesso rápido aos grandes aeroportos que servem à cidade. A integração entre modais de transporte torna viagens mais rápidas e confortáveis, estimulando o paulistano a deixar o carro em casa.

Exclusão e discriminação: A visão de uma cidade inclusiva e livre de discriminação ainda está distante para muitos habitantes de São Paulo, onde o processo de urbanização foi marcado pela assimetria entre a localização e as condições sociais. A requalificação urbana do centro da cidade também afeta a vida dos moradores que vivem nesse espaço e são excluídos no contexto de um processo de gentrificação.